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Ter, 24 de Fevereiro 2015 - 17:13

Campinas tem 200 classes fechadas e salas lotadas, dizem professores

Por: Thiago Varella - UOL, em Campinas (SP) - 13.02

Professores da rede estadual de ensino de Campinas, a 97 km de São Paulo, denunciaram que o ano letivo começou com cerca de 200 salas de aulas fechadas e com classes que abrigam mais de 50 alunos.

A mesma denúncia vem sendo feita pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em diversos pontos do Estado. No total, a instituição contabiliza mais de 3.032 classes fechadas em todo o Estado.

A Secretaria Estadual da Educação diz que o problema é pontual e que a distribuição dos alunos por turma ainda está sendo ajustada.

Em Campinas, o problema é pior em escolas que ficam em regiões mais afastadas do Centro, como é o caso da diretoria Oeste, que atende bairros como os DICs e o Satélite Íris. Por lá, quase cem turmas foram fechadas, segundo os professores.

"Chegamos ao número de cerca de 200 classes fechadas por uma contagem feita pelos próprios professores. Mas, como ainda não conseguimos dados de todas as escolas, este número pode ser ainda maior", contou Eduardo Rosa, diretor da Apeoesp em Campinas.

Segundo Rosa, o trabalho está sendo dificultado por diretores de escolas que pedem para que os professores não tirem fotos dos diários de classe, que podem ser usados como prova da superlotação. Mesmo assim, o sindicalista conta que já visitou escolas com salas de aula com mais de 50 alunos.

"A maior parte dos fechamentos ocorreu em salas do ensino médio no período noturno. O número varia de escola para escola, sempre na média de quatro, cinco salas fechadas", explicou. Segundo os professores, na E.E. Elizeu Narciso, no bairro DIC 6, na periferia de Campinas, 10 salas foram fechadas. No mesmo bairro, a E.E. Orlando Signoreli cancelou outras 5 turmas, de acordo com os números informais da Apeoesp.

O sindicato em Campinas ainda não terminou o levantamento e espera que a lotação aumente ainda mais após o Carnaval quando, normalmente, mais alunos costumam ir para a escola.

Superlotação

"A superlotação e o fechamento de salas de aula é algo impossível de se conviver. Quando você fecha uma sala de aula, você amontoa alunos em outra. Por todo o Estado de São Paulo tem salas com 60 alunos. Tem aluno que não consegue se mexer em sala de aula. É desumano demais", afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. Ela conta que a orientação da Secretaria Estadual da Educação é que as classes tenham, no máximo, 40 estudantes.

Para Guilherme do Val Toledo Prado, doutor em educação e professor da Unicamp, o Estado prioriza a utilização do metro quadrado por pessoa, quando deveria transformar a sala de aula em função das necessidades pedagógicas dos alunos.

"As salas de aula devem ter, no máximo, 30 alunos. E isso pensando no estilo brasileiro de carteiras. O ideal seria ter mesas, bancadas, estímulos à cooperação entre estudantes, com 25 pessoas por classe", explicou.

A Secretaria de Estadual de Educação afirmou, em nota, que "as listas são iniciais e levam em consideração, até mesmo, matrículas de alunos que já estavam na escola no ano anterior e são alteradas de acordo com a presença dos estudantes nas escolas e as mudanças solicitadas, atendendo ao módulo previsto".

Além disso, existe um prazo de 15 dias para a distribuição dos alunos em sala de aula. Caso uma sala fique superlotada, outras classes são abertas para acomodar os alunos. A Secretaria ainda frisou que respeita o número máximo de alunos por sala para cada nível de ensino.

Em 2014, nos primeiros 15 dias de aula, mais de 290 mil estudantes se movimentaram na rede, número que inclui novas matrículas e transferências, informou a pasta.

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