Qua, 14 de Novembro 2018 - 15:37
Professora de São José vai à Justiça contra MBL por assédio
Por: O Vale - 08.11 - Xandu Alves@xandualves10
Postagem da educadora causou revolta em membros do MBL e gerou comentários agressivos contra ela por suposta 'doutrinação'; professora recebeu apoio do Sindicato dos Servidores, Apeoesp e movimentos feministas
Uma professora da rede municipal de ensino de São José dos Campos pretende processar o MBL (Movimento Brasil Livre) da cidade por assédio moral. O grupo publicou texto crítico à postagem feita pela educadora numa rede social dizendo que ela estaria comemorando "alunas feministas a partir de 10 anos", o que gerou comentários agressivos.
Alguns pediram a demissão da professora e outros a chamaram de "vagabunda": "Nosso dinheiro não tem que pagar salário pra comunista fazer política na escola". "Uma débil mental criando uma legião de retardadas".
A professora Jessica Marques, 25 anos, foi candidata a deputada estadual pelo PSOL e milita em movimentos sociais. Ela dá aulas de História para o 6º ano do Ensino Fundamental.
Em 4 de novembro, escreveu no Facebook: "Tem uma alegria esperançosa no meu coração que ninguém pode tirar: alunas e ex-alunas do fundamental 2 se reivindicando feministas. #EleNão e dizendo que serão #Resistência no próximo período".
Segundo Jessica, a frase tinha o sentido de comemoração, "mas em momento algum falei que era abordagem em sala de aula". Ela acusa o MBL de perseguição e de criar "cortina de fumaça" para "não debater os problemas reais da educação", e disse estar preocupada: "Não venho mais para escola sozinha".
Presidente do MBL de São José e defensor do projeto 'Escola sem Partido', Thomaz Henrique Barbosa disse que a frase "levanta suspeita de aluna de 10 anos já ter posicionamento político alinhado ao da professora", o que poderia "estimular outras alunas a ter o mesmo comportamento". A Secretaria de Educação de São José informou que "não recebeu nenhuma reclamação da comunidade escolar acerca dos procedimentos" de Jessica..