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Qua, 14 de Novembro 2018 - 16:04

Aulas, textos e ilustrações para celebrar Paulo Freire

Por: Ana Maria Lopes - APEOESP - 13.11

 
 
 
O Instituto Paulo Freire de Educação e Direitos Humanos está recebendo textos, charges, ilustrações, aulas públicas e vídeos inspirados na obra do educador. A iniciativa faz parte da campanha para defender o legado do intelectual, falecido em 1997, cujo método de ensino ajudou a combater o analfabetismo em diversos países.
 
A biblioteca e grande parte do acervo do educador, alojados no Instituto, são reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Documental da Humanidade. Mais de 5 mil pesquisadores já passaram pelo local; entre eles, representantes de mais de 40 países. Apesar de ser uma referência no mundo inteiro, a obra de Paulo Freire vem sofrendo sucessivos ataques de grupos de extrema-direita, que demonstram completo desconhecimento do legado do Patrono da Educação Brasileira, autor da "Pedagogia do Oprimido", clássico que completou 50 anos em 2018.
 
Organizações estudantis, entidades sindicais e movimentos de Educação e Cultura participaram no dia do aniversário do educador, 21 de setembro, do lançamento do Dossiê "Educação e Emancipação: debates do caráter público, laico e gratuito da educação na América Latina", iniciativa da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Trabalho Docente (Red Estrado) e a Internacional de la Educación para América Latina (IEAL).
 
Pedagogia como práxis libertadora
 
Ao convocar a sociedade civil para defender a obra de Paulo Freire, seu Instituto, fundado há 27 anos, lançou o seguinte manifesto:
 
* Não é a primeira vez que este legado é ameaçado. Freire foi preso e exilado na ditadura. Sua resposta ao cerceamento foi um convite ao diálogo e à coragem de lutar; frente à violência, ao silenciamento, a luta pelo direito à liberdade de expressão, ao pensamento crítico.
 
* Paulo Freire sempre se opôs à doutrinação, à manipulação. Defendia o diálogo de saberes: o saber científico, o saber sensível, o saber técnico, tecnológico, o saber popular, sem discriminação, respeitando e valorizando a diversidade e os direitos humanos. Como um ser humano conectivo, esperançoso, jamais deixou de acreditar na capacidade da humanidade de criar "um mundo em que seja menos difícil amar", como escreveu, no exílio, em 1968, no final de seu livro mais conhecido, "Pedagogia do Oprimido"..
 
* Alguns gostariam de retirar Paulo Freire das prateleiras das escolas, mesmo que sejam poucas as que ainda têm livros dele; outros ameaçam expurgar os livros didáticos, onde, porventura, se faz alguma menção a ele. Não vimos ninguém, até agora, propondo a queima de seus livros em praça pública. Esperamos que não chegue esse momento. Para isso, estamos vigilantes! Sabemos que suas ideias não agradam a todos. E isso é próprio da democracia, como espaço amplo, fecundo e generoso do debate de ideias, em que cada pessoa possa, com autonomia, dizer a sua palavra e construir a sua própria história.
 
* Contestar Paulo Freire é, na verdade, contestar a própria democracia que ele defendia ao lado de outros grandes educadores do século XX, como John Dewey, Martin Buber, Jean Piaget e Maria Montessori, ao lado de brasileiros e brasileiras como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Cecília Meirelles e Rubem Alves, entre outros. Para todos e todas que desejam conhecer e viver uma pedagogia de inspiração humanista, sua obra é imprescindível e deveria estar em todas as escolas.
 
* A liberdade é um princípio de toda educação e o ofício de ensinar, uma conquista da humanidade Sem democracia não há aprendizagem. Intimidar professores é negar ao povo o direito à educação. A pedagogia dialógica defendida por Paulo Freire é considerada como uma referência de qualidade científica e reconhecida por intelectuais e universidades de todo o mundo.
 
* As teorias de Paulo Freire cruzaram as fronteiras das disciplinas, das ciências, criando raízes nos mais variados solos, fortalecendo teorias e práticas educacionais, bem como auxiliando reflexões não só de educadores e educadoras, mas, também, de médicos, terapeutas, cientistas sociais, economistas, filósofos, antropólogos, psicólogos, artistas, juristas e profissionais de diversas outras áreas. Se elas tocaram corações e mentes e ressoaram em tantos lugares, pelos quatro cantos do mundo, é porque elas atendem a uma necessidade não só de construção de conhecimentos baseados em evidências e dados, mas também porque, despertam nas pessoas que entram em contato com elas, a capacidade de serem melhores, menos arrogantes, mais respeitosas, para viverem plenamente suas existências num mundo mais justo, produtivo e sustentável.
 
* Por isso, o Instituto Paulo Freire manifesta-se, neste momento, em defesa do legado freiriano como parte da luta pela democracia e pela liberdade de ensinar e aprender, e convida todos e todas que se solidarizam com essa causa a se somar, a criar um grande movimento, a partir de seus próprios espaços, cada um com sua criatividade e suas condições, construindo uma teia solidária de resistência e luta por uma educação emancipadora, transformadora e democrática. Vamos juntos em defesa de Paulo Freire! "Amar é um ato de coragem", como nos ensinou Paulo Freire. Mais amor e menos violência.
 
 
 
SERVIÇO: Textos, charges e ilustrações podem ser enviados para o e-mail: comunicacao@paulofreire.org
 
Saiba mais no Blog Resistência e Luta pela Democracia: https://resistenciaelutablog.wordpress.com/
 
O Instituto Paulo Freire de Educação e Direitos Humanos fica na Rua Cerro Corá, 550, no Alto da Lapa.
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