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Ter, 30 de Outubro 2018 - 16:42

Caetano de Campos: alunos e professores denunciam tentativa de intimidar assembleia

Por: Hora do Povo - LEONARDO WEXELL SEVERO - 29.10

 
Nesta segunda-feira (29), navegando no clima de repressão e retrocesso proporcionado pela eleição de Bolsonaro à presidência e Dória para o governo do estado de São Paulo, uma dezena de policiais militares (PMs) foram até a Escola Estadual Caetano de Campos da Aclimação, na capital paulista. Com viaturas na porta e armas, tentaram intimidar os estudantes que realizavam uma assembleia contra o corte de recursos, o sucateamento do ensino e a superlotação de salas.
 
A professora de filosofia Monica Severo, que integra o conselho de escola, questionou a presença irregular dos PMs – que a interpelaram e a mim que fui fazer a reportagem. Dizendo que estavam "apenas cumprindo ordens", afirmavam "estar ali para investigar um crime".
 
"Como sabemos, o único crime dos estudantes, e também dos professores e demais trabalhadores da educação, é lutar por uma escola melhor. Por isso defendemos o ensino público, gratuito e de qualidade, assim como condenamos toda e qualquer repressão ou criminalização de um protesto totalmente pacífico", denunciou Monica. "A presença de policiais na escola é algo inaceitável. Não irão nos calar, não permitiremos que esse tipo de coerção e assédio aconteçam", frisou.
 
Sobre a presença dos policiais dentro do recinto escolar, a conselheira advertiu que "esta ilegalidade já é uma questão superada pelo poder judiciário, que em 2015 – na época das ocupações – julgou e decidiu pela legitimidade da manifestação autônoma dos jovens na escola". E mais, acrescentou Monica, "proibiu o governo do Estado de usar a força policial para invadir, criminalizar, coagir ou intimidar os estudantes no exercício do seu direito". "Estou convencida de que pessoas covardes, que agora se escondem, estão se aproveitando da eleição de Dória e Bolsonaro para tentar calar as vozes de quem pensa com a própria cabeça. Não nos escondemos e não nos deixaremos intimidar", sublinhou.
 
A diretora da escola, Edna Rossetto, debateu com os estudantes na assembleia e afirmou que não chamou, tampouco autorizou, a presença da PM no local. "Venho dos movimentos sociais, sou favorável ao diálogo e não apóio qualquer ação deste tipo", enfatizou.
 
Para o dirigente do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), Roberto Guido, é chave que a categoria esteja ao lado da juventude, particularmente neste momento de graves ameaças à própria democracia. "Infelizmente tivemos a eleição de um candidato de extrema-direita, reconhecidamente fascista, que faz retornar um clima de perseguição e criminalização de quem protesta, algo que precisamos estar unidos e mobilizados para combater", destacou. Segundo Guido, "a ocupação militar de uma escola é inadmissível, uma presença ostensiva que desautoriza a própria direção do estabelecimento de ensino pela entrada irregular de policiais. Os estudantes não podem ser impedidos em seus direitos".
 
De acordo com o presidente do Grêmio do Caetano, Emerson Lima, "é preocupante que tantos policiais entrem na escola sem qualquer diálogo, principalmente num momento político como esse. Além do mais, uma policial estava portando ostensivamente uma arma de grande porte".
 
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