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Sex, 05 de Outubro 2018 - 16:50

"É um desserviço à educação", diz autor que teve livro censurado em escola do Rio

Por: Ana Luiza Basilio - Carta Educação - 04.10

 
 
O livro Meninos sem Pátria, que aborda a época da ditadura militar, foi censurado pelo Colégio Santo Agostinho, após familiares o acusarem de promover doutrinação
 
Uma publicação feita na página Alerta Ipanema, que apoia o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), fez com que o colégio católico Santo Agostinho, unidade Leblon, censurasse o livro Meninos sem Pátria, do autor Luiz Puntel, das salas de aula.
 
O post, publicado no dia 1 de outubro, acusa a escola de doutrinar crianças do sexto ano com ideologia comunista. Com a sua primeira edição lançada em 1981, o livro conta a história de um jornalista que teve de se exilar do País, após ser perseguido pela ditadura militar – a ficção se inspira na vida do jornalista José Maria Rabêlo, que foi perseguido pela Ditadura e teve de fugir do país com a mulher e sete filhos.
 
Luiz Puntel, autor da obra, disse nunca ter sofrido nada parecido com o livro, que sempre fez parte dos materiais indicados por escolas particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e algumas escolas públicas. "É lamentável, sobretudo porque a escola, como um espaço de formação de cidadania, precisa construir a criticidade dos estudantes", coloca.
 
Para Puntel, não se trata de ser a favor ou contra à ditadura. "Estamos diante de um fato histórico, não de um movimento como classificou o ministro Dias Toffoli. Houve deposição presidencial, fechamento do Congresso, intervenção nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário...depois de 68, se você era preso, não tinha direito a habeas corpus, nada, simplesmente sumia", relembra.
 
O autor critica a agenda do Escola sem Partido, uma das ventiladas por Bolsonaro e causadora de perseguições nas escolas. "Quando você fala de Escola sem Partido e não permite o contraditório, você toma partido. Estamos falando de aumentar o senso crítico dos estudantes. Omitir esse tipo de discussão é um desserviço à educação", lamenta Puntel, que também veiculou um vídeo nas redes sociais.
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