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Seg, 11 de Março 2019 - 19:52

Atos do Dia da Mulher no Rio e em São Paulo lembram Marielle e o 'Ele Não'

Por: Tiago Aguiar * - O Globo - 08.03

 
 
Manifestação reuniu centenas de pessoas nas duas capitais; lido em coro, manifesto fez críticas a Bolsonaro e à ministra Damares Alves 
 
Milhares de mulheres marcham pela Avenida Paulista nesta sexta-feira num ato em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Durante a manifestação, elas lembraram do assassinato de Marielle Franco, criticaram o projeto de reforma da Previdência e pediam a defesa da democracia, numa crítica direta ao governo do presidente Jair Bolsonaro. 
 
Muitas carregavam faixas e cartazes com símbolos e frases do universo feminista. O ato é organizado por coletivos de esquerda, como a Marcha Mundial das Mulheres. O sindicato dos professores da rede estadual, Apeoesp, o MST, a Central dos Trabalhadores do Brasil e outros movimentos sociais também somaram-se em apoio.
 
Grupos de juventude de esquerda, como o Juntas, o Rua e o Levante Popular da Juventude, participaram da manifestação. A cor roxa, símbolo do feminismo, era predominante. Muitos carregavam adesivos com o logo do "Ele Não", símbolo da manifestação contrária à eleição de Bolsonaro.
 
Marielle Franco foi lembrada em diversos cantos e gritos de ordem. A liberdade do ex-presidente Lula também era presente em muitas manifestações, junto a pautas como legalização do aborto.
 
"Ô Marielle, tem mais de mil! Eu quero o fim da milícia no Brasil" foi um dos gritos. Mônica Seixas da Bancada Ativista, co-deputada estadual recém-eleita, diz que hoje o mundo vive a celebração de um século de luta de mulheres.
 
— As mulheres têm sido ponta de lança na luta. Se houve vitórias progressistas nas últimas eleições, foram as nossas eleições — disse Mônica.
 
Carol Parizotto, 30 anos, do grupo Mulheres Contra Bolsonaro, vê o ato com uma extensão das  manifestações protagonizadas por mulheres desde o ano passado.
 
O ato de hoje reforça o combate a violência contra as mulheres e das ideias retrógradas que o nosso presidente vem colocando e falando desde a época da eleição.
 
Manifesto em coro no Rio
No Rio, por volta das 18h, centenas de mulheres no centro do Rio iniciaram a marcha da Candelária rumo à Cinelândia. A caminhada foi precedida pela leitura de um manifesto pelo grupo 8M, um dos organizadores da manifestação. Em coro, as mulheres repetiam o texto lido ao microfone no carro de som. "Vivemos no 5 país que mais mata mulheres no mundo. No Rio de Janeiro, uma mulher foi morta a cada 24 horas nos primeiros quatro dias de 2019", diz o texto, que segue com críticas ao governo de Jair Bolsonaro. "O governo apresenta como alternativa para combater a violência o armamento da população. Sabemos que armas de fogo matam principalmente pessoas negras e LGBTs, e que não protegem as mulheres da violência doméstica, precisamente onde a violência contra elas mais acontece", segue o manifesto.
 
O texto cita a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves: "Protestamos contra as recorrentes declarações da ministra, que buscam reforçar estereótipos de gênero, naturalizar papéis sexuais e impor uma visão conservadora. Ela deseja girar a roda da história para trás. Lugar de mulher é onde ela quiser!"
 
Entre bandeiras de partidos políticos, estandartes com o rosto de Marielle e cartazes, a marcha seguiu ao som de "Ele não".
 
— O movimento 'Ele Não' não acabou — disse Flávia Prata, administradora de empresas, acompanhada da filha de 13 anos, Maria Luiza.
 
As duas saíram de Engenho Novo rumo à Candelária para a manifestação. Prata, que participou como organizadora da marcha no Dia Internacional da Mulher do ano passado, disse que o protesto é "suprapartidário, mas, sim, de oposição ao governo Bolsonaro". Para ela, as falas de Damares Alves sobre meninos aprenderam a dar flores às meninas , a fragilidade da mulher, entre outras declarações feitas nesta sexta-feira — são "parte da política deste governo de querer marcar as diferenças de gênero".
 
— Dizer que meninos vestem azul, meninas vestem rosa, ou que os garotos devem aprender na escola a dar flores às meninas só reforça o desejo da ministra e do presidente de que nós fiquemos em casa, que aceitemos que nos abram portas . E o que queremos é o oposto: é estar na rua, é abrirmos nós mesmas as portas — acrescentou Prata. — Não quero flores. Não quero que se reforce a ideia equivocada de fragilidade. Converse com cada mulher aqui e ouvirá uma história de força, o oposto de fragilidade. 
 
* Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire. Colaborou Audrey Furlaneto
 
 
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