Qui, 19 de Março 2020 - 11:45
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Lembro-me de nos idos da década de 90 ter sido incentivado por ele a fazer uma fala pública em congresso para defender nossa tese. Devo a ele minha iniciação como dirigente sindical. Suas argutas análises de conjuntura e o reconhecimento do movimento sindical internacional é que ficarão em nossa memória e sentimentos. Um líder inconteste teve, usando um termo de que gostava, uma das mais belas experiências de vida e de luta ao participar ativamente da construção da resistência à ditadura no seio do movimento dos professores e professoras, assim como por uma educação pública de qualidade.
Foi presidente de duas entidades que estão desde o final da década de 70 (Apeoesp) e meados da de 80 (Cut) no combate por um país mais justo e solidário. Parte num momento em que sua enfermidade não o impedira de travar intensa batalha contra o fascismo e o neo liberalismo atualmente vigente em nosso pais. Lutava contra dois cânceres: um no seu organismo, outro no poder. Um socialista que sempre criticou os socialismos soviético e chinês por impossibilitarem a organização e manifestação da classe operária. Esse era seu compromisso de classe. Um socialista a quem o Brasil deve referenciar e que teve uma vida espetacular, outro termo recorrente em seu vocabulário. Deixo um abraço intensamente fraternal à sua companheira, Léa Francischoni, professora da FFLCH USP, geógrafa como eu e a quem também devo muito do meu perene aprendizado.
João Felício Presente.
Roberto Guido
(Secretário de Comunicações da APEOESP)