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Sáb, 21 de Março 2015 - 01:52

Governo não negocia aumento com professores, diz presidente da APEOESP

A presidente do sindicado dos professores do Estado de São Paulo, Maria Izabel de Azevedo Noronha, afirma que a greve da categoria foi a alternativa que restou diante da recusa do governo de São Paulo a dialogar.

Por: Thais Bilenki ? Folha SP 20/03/215

 

 

A APEOESP completa o quinto dia de greve nesta sexta-feira (20) e fará nova assembleia, às 14h, no vão-livre do MASP. A expectativa de Noronha é que a adesão dos professores aumente dos atuais 30% para 50%. Segundo o governo do Estado, na quinta-feira (19), 4,2% dos docentes faltaram ao trabalho, taxa considerada dentro da média diária de ausências.

A categoria quer reajuste salarial de 75,33%, para haver "equiparação salarial com os demais profissionais com formação de nível superior, conforme estabelece o Plano Nacional de Educação".

O governo tem argumentado que o piso da categoria em São Paulo, de R$ 2.415,89, é 26% superior ao nacional.

Procurado, o secretário da Educação, Herman Voorwald, não concedeu entrevista à Folha. Em nota, a secretaria informou que o diálogo é "a base da gestão e que apenas este ano foram realizados quatro encontros com representantes da APEOESP". A secretaria diz ainda que uma comissão paritária definiu aumento salarial escalonado que totalizou 45% de reajuste em quatro anos, na gestão passada.

Leia abaixo a conversa com a presidente do sindicato.

Folha - Qual é o plano de ação para as próximas semanas?

Maria Izabel de Azevedo Noronha - A assembleia estadual com certeza vai aprovar a continuidade da greve, porque o governo não apresentou nenhuma proposta e diz que não reconhece a greve.

Por que insistir na greve? Haveria outros meios de pressionar o governo?

Toda greve traz bastante resultado. Em 2013, conseguimos abrir um concurso pra 59 mil professores, é uma mudança estrutural. Agora, quando a questão é dinheiro, você tem razão. Vai ser difícil. Mas eu não chamo a categoria para falar que ela está derrotada. Acredito que o governador vai apresentar proposta de reajuste.

O que explica a adesão baixa?

Não considero baixa. Sabe o que é 25%, 30% dos professores parados? São 86 mil. Considero muito representativo. A gente não faz greve somente num local concentrado, mas em todos os municípios do Estado de São Paulo. Em São José dos Campos, as quatro maiores escolas estão fechadas.

Temos dados que apontam para uma adesão de pelo menos 50% depois da assembleia. Quem diz que a greve é de 2% não sabe [os dados]. Só de militância temos mais de 20 mil professores, e esses aderem imediatamente, é a vanguarda do movimento. Não temos greve de 2% nem de 100%, que é o sonho da gente.

Um aumento de 75% é viável?

Esperamos que o governo apresente um plano de composição. Eu faço a reivindicação. Só tem um jeito [de conseguir reajuste salarial]: a greve acontecer e a gente ver se consegue. Tentei o máximo de negociação, pedi três vezes e de novo essa semana. Mas o governador não abre canal de comunicação, ele está pagando pra ver. Ele não me atende, quer discutir firulas, eu quero discutir salário. Quem torna [o diálogo] inviável é o governo.

A categoria tem um piso superior à média nacional. Seria razoável reivindicar um meio termo?

Isso foi discutido em assembleia. Não rediscuto o índice de acordo com a minha vontade. Temos a possibilidade de debater a partir da proposta do governo, mas se disser que zero, tenho que manter a minha posição.

A greve tem conotação política?

A única conotação é enfiar a mão no bolso do professor e ver se ele está contente e se dentro da sala de aula tem condições de ensinar. Conotação partidária, não; conotação política educacional, sim.

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