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Observatório da Violência

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Qui, 16 de Outubro 2014 - 15:48

Violência ainda marca rotina dos professores do Alto Tietê

APEOESP aponta que problema é comum nas escolas da região. Síndrome do pânico e depressão são frequentes nos docentes.

Nesta quarta-feira (15) é comemorado o Dia dos Professores e no Alto Tietê, assim como em outros pontos do Estado de São Paulo, a categoria ainda discute a valorização da profissão. Além dos baixos salários, os professores enfrentam diariamente a violência dentro e fora da sala de aula.O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp)  não tem dados regionais sobre os casos de violência, mas um levantamento estadual mostra que dois em cada dez professores não se sentem seguros enquanto trabalham. Uma situação que já afeta a saúde de muitos deles.

Uma professora da rede estadual, que prefere ter a identidade preservada, acredita que os problemas que acontecem em sala de aula vem de fora da escola. “O aluno que não consegue respeitar os pais, que não tem regras em casa. Não consegue cumprir regras no ambiente escolar.” A coordenadora da Apeoesp de Mogi, Vânia Pereira da Silva diz que a entidade tem conhecimento do problema. As histórias são diferentes em cada unidade. “Teve um caso no ano passado que professor perdeu a audição por causa de uma bombinha em uma escola em Mogi das Cruzes." Ela diz que não existe um levantamento municipal sobre a quantidade de ocorrências. Mas garante que se todos tivessem a coragem de denunciar o que acontece dentro da sala, a quantidade de casos seria bem maior. “O que acontece é muito mais do que chega na entidade. A maioria dos professores se sente hostilizada e constrangida por alguns gestores.”

Para a coordenadora é difícil apontar uma solução a curto prazo para fazer a relação "aluno/professor" ser de mais respeito, como antigamente. Ela aponta que  essa é uma tarefa a ser realizada em parceria. “A escola sozinha nunca vai sair dessa situação, se a família não fizer a parte dela, o professor a dele, o gestor a dele e o governo a dele.”

Uma das consequências das dificuldades vividas em sala de aula se reflete no lado psicológico do professor. Entre os problemas mais comuns está a síndrome do pânico. No entanto, o psicólogo Agostinho Caporali informa que outras doenças também são diagnosticadas. “Temos a depressão que é grave e dependendo do nível pode levar a morte. Temos hoje um grande número de professores, procurando ajuda em função do ambiente onde estão inseridos. Dependendo de onde dão aula é como se eles estivessem indo para a guerra.” Caporali salienta que muitos acabam se afastando das salas de aulas.

“As doenças não são desenvolvidas apenas por problemas com alunos, mas também com a comunidade. Tem pais e mães que entram na escola para tirar satisfação com o professor. Os professores se calam em situações de conflito. Porque como discutir com traficantes ou alunos destemperados? Qualquer atitude tomada se reflete contra ele”, completa Caporali.

A Secretaria Estadual da Educação informa que existe um programa para tentar combater a violência, o racismo e outras formas de discriminação. Segundo a secretaria, algumas unidades também contam com professores mediadores, que são capacitados para criar ações nas escolas e nas comunidades para evitar casos assim.
 

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

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