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Ter, 07 de Janeiro 2020 - 16:12

Apeoesp diz que redução de salas de aula segue em Bauru; Estado nega

Por: Marcele Tonelli - JCNet

Representantes regionais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirmam que o Estado segue fechando salas de aula em Bauru, principalmente períodos noturnos. A entidade se queixa deste tipo de situação desde 2018 e diz que o ano letivo de 2020 começará ainda com outros problemas antigos enfrentados por professores. O Estado nega que haja a redução de salas e rebate os outros apontamentos feitos pelo sindicato.

A denúncia integra um balanço feito pela Apeoesp, que diz que o ano deve começar tenso para os professores já no processo de atribuição de aulas.

"A ampliação do projeto da escola em tempo integral tem fechado o período noturno. E os professores são obrigados a irem para outras unidades. No E.E. Ada Cariani já aconteceu e os alunos tiveram que se dividir entre a E.E. João Maringoni e E.E. Sueli Sé Rosa. Neste ano, tivemos a notícia de que esta última fecharia também", cita Suzi Silva, diretora estadual da Apeoesp.

Segundo ela, o problema tem ocorrido pela forma como o estado contabiliza a demanda de estudantes. "A matrícula se encerra no fim do ano. Só que 30% dos pais vão à escola só no início do próximo ano. Aí o Estado contabiliza como quer e fecha salas. E o aluno que não tem como bancar seu transporte pode até desistir de estudar", completa Suzi.

Diretora Regional de Ensino, Gina Sanchez nega que há fechamento de salas na cidade nas escolas citadas ou em qualquer outra. "Não é verdade. Trabalhamos com a abertura de salas e que são feitas de acordo com a demanda. E não há período fechado para matrículas. Se dez alunos tiverem ficado sem, nós abrimos classe só para eles e a qualquer momento", pontua. "O que houve no final de 2019 foi uma primeira etapa de matrícula", afirma Gina, acrescentando que, até o dia 8 deste mês, as escolas também recebem transferências.

CATEGORIAS E CARREIRA

Outro problema destacado pelo sindicato e que também viria afligindo os professores seria a diferença em relação às cinco categorias de contratações feitas pelo Estado: O, S, V, F, e E.

"Trata-se de uma sopa de letrinhas que só causa problemas todo início de ano. Os professores ficam uns contra os outros, porque são profissionais que prestam o mesmo serviço, mas têm direitos diferentes. Uns têm estabilidade e outros não, uns têm plano de saúde e outros não, uns tem licença e outros não, uns tem contrato por período e outros não, uns têm direito a seis faltas abonadas e outros não, uns tem aulas garantidas e outros não", diz Suzi.

O sindicato afirma ainda que a categoria segue sem reajuste há 4 anos e, ao invés de melhorar a estrutura das escolas e valorizar os professores, o governo propôs um projeto de "Nova Carreira", que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, e que é considerado "maléfico" pela Apeoesp.

"O projeto trata o salário como subsídio, o que desobrigaria o Estado de conceder reajustes anuais. Também acaba com a evolução funcional concedida a cada cinco anos (quinquênio) e com a licença prêmio. Promete aumento, mas com critérios subjetivos e que dificilmente serão alcançados", destaca Suzi.

A PEC Paralela, que também tramita pela Assembleia, tem sido outro alvo do sindicato, que sairá com caravana de Bauru para protesto na Capital em 4 de fevereiro. Na Assembleia Legislativa, eles prometem unir esforços para a não aprovação destes dois projetos.

"Tivemos muitos professores hospitalizados em 2019 por agressões e problemas de saúde. Os professores têm feito funções de coordenadores e não temos saúde para aguentar essa PEC Paralela. As salas de aula continuam lotadas e faltam materiais escolares", afirma Suzi.

A DRE considerou vagas as denúncias acima sobre a falta de estrutura e violência por não apontarem em quais unidades os problemas teriam ocorrido.

Reestruturação e valorização

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado diz que a valorização do professor, figura central no processo de aprendizagem, é prioridade. Sobre a proposta de reestruturação da carreira, o governo diz que a mudança vai representar o maior crescimento do salário inicial da história de São Paulo. "A principal mudança é que, a partir de 2020, o salário inicial do professor no regime de 40 horas semanais terá um aumento de 35,4% sobre o valor pago hoje. Em 2022, um professor com a mesma carga horária terá salário inicial de R$ 4 mil, um aumento de 54,7% em relação à remuneração atual. No topo da carreira, o professor poderá chegar a um salário de R$ 11 mil", diz o órgão.

 

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