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Seg, 05 de Outubro 2015 - 15:31

Alunos e professores protestam contra possível fechamento de escola

Por: Revista Digital de Notícias

Alunos e professores da Escola Estadual Marietta Ferraz de Assumpção, que fica no Jardim Bela Dária em Presidente Prudente, se reuniram na manhã desta quinta-feira (1º), em frente à unidade, para protestar contra o possível fechamento da unidade. Representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) também estiveram no local.

A coordenadora regional da Apeoesp, Ana Kuhn, explicou que a Secretaria de Estado da Educação propôs para 2016  “o fechamento dessa escola”. Essa imposição também está ocorrendo em outras escolas. “Com isso, os alunos terão que ir para outras unidades e, para eles estarem manifestando hoje, é porque não querem ir”, colocou.

Caso ocorra o fechamento, conforme explicou Kuhn, não só alunos precisarão mudar o local de estudo, mas os professores também deverão ir para outras unidades escolares. “Pode ser que professor efetivo fique adido, o contratado – da categoria O – poderá ficar ser aula no ano que vem, os funcionários também serão removidos e direção ficará adida. Será um transtorno para todo mundo”, explicou.

Em contrapartida, houve a proposta de “reorganização”. “Em uma escola fica apenas alunos do ensino fundamental e, em outra, alunos do ensino médio. Isso é ruim porque a proposta da Secretaria [de Estado] da Educação é a municipalização, ou seja, colocar o ensino fundamental para o município, mas muitas cidades não recebem verba suficiente para manter esse ensino até o nono ano”, salientou Kuhn.

A representante da Apeoesp também acrescentou que, com a reorganização, as salas de aula não terão menos de 35 alunos. “Com esse número fecha sala de aula e o professor também perde rendimento. Agora é hora de os pais se juntarem a nós”. “Temos que reverter essa situação, a comunidade escolar quer ficar onde está”, disse.

A Apeoesp também informou que deve passar em outras escolas da cidade, mesmo as que estão “fora da reorganização”, no intuito de conscientizar uma adesão ao movimento. “Isso também vai afetar eles, porque esses alunos e professores irão para essas escolas e aquele professor que tem menos tempo de serviço vai acabar ficando adido, porque outros profissionais chegarão”, colocou Kuhn.‘

A unidade tem, atualmente, 443 alunos matriculados e 37 professores, além de outros 13 profissionais que atuam em áreas diversas, como direção, coordenação, estagiário e agentes de organização. A maioria dos estudantes pertencem ao bairro onde a escola fica e adjacências. Desta forma, apenas 11% precisam de transporte para comparecer às aulas.

A professora de matemática Juliana de Mello Moraes salientou que fechar escolas na atual situação do país “é um absurdo”. “A maioria dos alunos vem a pé para a escola e os pais confiam nisso. Com o fechamento serão mais de 400 pegando ônibus para um local desconhecido e isso desestimula o estudante”, disse ela.

Também professor, mas de filosofia e matemática, Junior César Santos destacou que “o ideal para a sociedade não é fechar escola. Isso devia ser a última coisa para pensar”. “Qualquer desculpa para explicar essa situação não é válida, deveria construir mais escolas”, colocou o professor. Ainda segundo ele, com a reorganização, as salas ficarão superlotadas e vai prejudicar o ensino.

As amigas Lara Elis de 13 anos, Laurielen Santos (14) e Evelyn Larissa (15), apoiam o manifesto e colocaram que a situação será ruim para alunos e professores.  “As salas ficarão superlotadas e será difícil para os professores”, observaram.

Também estudante, Mateus Paulino de 11 anos, disse que estuda na unidade há dois anos e está “chateado” com a possibilidade de fechamento da escola. O garoto estava no local acompanhado da mãe Vanessa Prado de 34 anos. Ela acrescentou que achou um “absurdo”. “Eu e minha irmã estudamos aqui, o ensino é bom, nós moramos perto e é tão prático. Com a mudança o Mateus também vai precisar de transporte e isso vai dificultar”, colocou.EstadoA Diretoria Regional de Ensino de Presidente Prudente esclareceu, por meio de nota, que o estudo do processo de reorganização “está sendo finalizado”. “Nem todas as unidades passarão pelo processo e escolas com mais de um ciclo ainda funcionarão, devido às diferenças demográficas e as necessidades por escolas para diversas faixas etárias em algumas regiões”, explicou o Estado.

O projeto de reorganização, de acordo com a estatal, é embasado em estudos educacionais e tem como objetivo “melhorar a qualidade de ensino”.Indicadores da secretaria e do Inep apontam, conforme o Estado, que escolas de ciclo único “têm resultado 10% superior às unidades de três segmentos”. Dados da Fundação Seade mostram há 2 milhões a menos de estudantes nas escolas estaduais se comparado a 1998.

“O plano tem como objetivo oferecer uma educação focada na faixa etária do aluno, respeitando sempre o módulo de estudantes por sala: 30 para o ciclo I do Fundamental, 35 para o Ciclo 2 e 40 para o Ensino Médio e estabelece que a redistribuição dos alunos respeitará o limite de 1,5 km. A reorganização também visa aprimorar as condições de trabalho dos educadores, que terão a possibilidade de escolher mais aulas em uma mesma escola, tendo menos deslocamento e mais tempo para se dedicarem às atividades pedagógicas”, afirmou ainda, em nota.

As unidades que não adotarem a reorganização ainda vão receber investimentos, uma vez que “a educação é prioridade no Estado de São de Paulo”.

No dia 14 de novembro, que será realizado o “Dia E”, um megaencontro entre as escolas, pais e responsáveis da rede estadual de ensino, justamente para explicar o novo processo de reorganização. “A data será uma boa oportunidade para tirar dúvidas, entender como serão feitas as transferências e quais escolas receberão alunos”, explicou. A ação acontecerá de forma simultânea em todo o Estado.

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