Ter, 01 de Dezembro 2015 - 21:07
Por: Rede Brasil Atual - 25.11
A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, a falta de diálogo com a comunidade escolar e os casos de abuso e truculência cometidos pela Polícia Militar contra alunos que ocupam escolas em protesto contra a chamada "reorganização" do ensino do governador Geraldo Alckmin (PSDB) apontam, mais uma vez, para o "autoritarismo na forma de tratar a educação".
Em entrevista hoje (25) à Rádio Brasil Atual, Bebel ressalta a capacidade de mobilização dos estudantes e diz que as ocupações promovidas por eles, que já atingem 163 unidades em todo o estado, são "atos conscientes".
Ao lembrar outro momento de enfrentamento, com uma greve de mais de 90 dias ocorrida de março a junho, que foi "ignorada" pelo governo, a dirigente prega a união entre estudantes e professores. "Daqui para a frente é caminhar juntos."
Sobre a chamada "reorganização", que vai fechar 93 unidades de ensino e deslocar cerca de 311 mil alunos para outras escolas, Bebel afirma que vai causar "impacto muito grande na vida de todo mundo".
Para os alunos, segundo ela, haverá distâncias de até oito quilômetros a serem percorridas até as novas escolas determinadas, sem garantias de transporte. Para os pais, o transtorno do deslocamento se soma à separação de filhos de idades diferentes que atualmente frequentam a mesma escola.
Para os professores, Bebel aventa a possibilidade de redução de salários, inclusive para os professores efetivos, caso não consigam preencher a carga completa de 40 horas semanais. Ela lembra ainda que a superlotação decorrente dos fechamentos afeta a qualidade de ensino e tem impacto sobre alunos e professores.