APEOESP - Logotipo
Sindicato dos Professores

FILIADO À CNTE E CUT

Banner de acesso ao Diário Oficial

MANIFESTAÇÕES CONTRA A BAGUNÇA DA S.E.

Voltar

Qui, 22 de Outubro 2015 - 17:35

Reforma vai fechar 15 escolas na região

Governo Geraldo Alckmin planeja agrupar alunos da rede estadual de acordo com a idade e o ciclo de ensino a partir de 2016; reestruturação deve causar o fechamento de salas, segundo o sindicato dos professores

Por: Gazeta de Taubaté - 21/10 - Xandu Alves / redacao@gazetadetaubate.com.br


A reforma na rede de ensino estadual pode afetar 15 escolas em cinco cidades do Vale do Paraíba, segundo levantamento da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado).

Do total de escolas, oito correm o risco de serem fechadas nas mudanças que o Estado pretende fazer nas unidades a partir de 2016 (veja quadro abaixo).

A cidade mais afetada pode ser Cachoeira Paulista, com três escolas fechadas, seguida de Pindamonhangaba e Taubaté, com duas cada uma. Guaratinguetá perderia uma unidade escolar.

A região conta com 127 mil alunos matriculados neste ano em 363 escolas.

TRANSFERÊNCIA

A meta do Estado é agrupar nas mesmas escolas alunos com idades semelhantes, separando o ciclo inicial (1ª a 4ª série) do final (5ª a 8 série), ambos do ensino fundamental, e os alunos do ensino médio.

O Estado admite que escolas poderão ser fechadas, mas ainda não aponta quais delas na região.

A meta seria utilizar melhor os prédios e especializar unidades com alunos do mesmo ciclo, melhorando as escolas e o ensino.

Não é a primeira vez que o Estado tenta reorganizar o ensino. Em 1995, no primeiro ano do governo do tucano Mário Covas (morto em 2001), a medida chegou a ser implantada, mas acabou suspensa após rejeição de professores, pais e alunos.

“O Estado já tentou uma vez e não deu certo, e agora quer fazer de novo. O fundo é econômico, não pedagógico, como estão dizendo. Vai trazer problemas”, disse o professor Gilmar Ribeiro, diretor estadual da Apeoesp.

EVASÃO

A entidade aponta a evasão escolar de jovens estudantes como um possível efeito colateral da reorganização.

“Insatisfeitos com a troca de escola, eles terão maior estímulo para deixar o ensino. A evasão pode crescer”, afirmou Ribeiro, que cobra explicações do Estado para a comunidade escolar.

O professor aponta como possíveis consequências das transferências superlotação de salas de aula, aumento de brigas entre estudantes de bairros diferentes e crescimento de atos de violência contra educadores.

“Mais insatisfeitos, os estudantes podem se voltar contra os professores das escolas novas, que ainda não conhecem. Casos de bullying também podem crescer”, disse Ribeiro.

PROTESTOS

A medida anunciada pelo Estado causou polêmica na região e provocou ao menos cinco protestos em São José dos Campos.

Ontem, professores, pais e alunos da escola estadual Miguel Naked, do Jardim Morumbi, zona sul de São José, entregaram um abaixo assinado com mais de 2.000 adesões à Diretoria de Ensino de São José, rejeitando as mudanças. A unidade pode perder as salas do ensino médio.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou uma palestra que faria na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), em São José, após o auditório ter sido invadido por manifestantes contrários ao projeto.

Dirigente atribui rejeição a ‘questões pontuais’
As seis diretorias de ensino da região têm até o final de outubro para encaminhar o pacote de mudanças nas escolas estaduais.

A Secretaria de Estado da Educação irá confirmar as indicações e realizar um reunião com pais e alunos em 14 de novembro, num evento batizado de “Dia E”.

Segundo a dirigente de ensino de São José, Adriane Carvalho Toledo, a maior parte da rejeição à reorganização se dá por “questões pontuais”. Ela pediu que professores e pais tenham uma visão macro.

“Existem pessoas que são contra porque só veem seu próprio interesse e não enxergam o todo, como a gestão pública tem que fazer”, disse ela.

OTIMIZAÇÃO/ A gestora afirmou que a decisão é de âmbito estadual, de toda a rede de ensino, e foi tomada como política pública. “A rede precisa de reorganização, para não corrermos o risco de manter escolas fantasmas, com poucos alunos e estrutura deficitária”.

Para defender o projeto, o governador Geraldo Alckmin tem dito que a rede de ensino é dimensionada para suportar 6 milhões de alunos, mas atende 4 milhões atualmente.

Adriane rebateu as críticas da Apeoesp. Segundo ela, a lei determina o número máximo de alunos em sala de aula, entre 30 e 45 dependendo do ciclo. “É lei”, disse.

“A reorganização vai fixar mais professores nas escolas e permitir melhorias”.

 

Topo

APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - Praça da República, 282 - CEP: 01045-000 - São Paulo SP - Fone: (11) 3350-6000
© Copyright APEOESP 2002/2011