Qua, 18 de Novembro 2015 - 20:16
Por: Agência Repórter Sindical - 17.11
O fechamento das escolas pelo governo do Estado de São Paulo tem provocado repúdio de alunos, pais, educadores e entidades da sociedade. Entre elas, a Apeoesp, que representa os professores da rede pública paulista. A entidade repudia o fechamento por representar, segundo sua presidente Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), “o retorno a um modelo tecnocrático que já não deu certo na ditadura”.
A Secretaria de Educação do Estado tenta implantar ciclos. A Apeoesp condena: “Gera segmentação por idade, quando o certo é agrupar por nível de conhecimento”. Segundo a professora, a segmentação por faixa etária impede a convivência entre crianças de diferentes idades – “uma criança também aprende com a outra”, ela argumenta.
Com o fechamento de escolas e o deslocamento de alunos, a escola que receberá os novos estudantes sofrerá inchaço nas salas de aula. A presidente da Apeoesp critica: “As salas de hoje já têm superlotação. Com os novos alunos, a lotação aumentará, adicionando problemas também para o professor em sala”.
A Apeoesp critica a solução anunciada pelo governo Alckmin (PSDB): “Estão tentando racionalizar custos; é medida meramente administrativa. Mas educação não é gasto, é investimento. O que se investe hoje retorna em benefício futuro para a sociedade”. Segundo Bebel, na sociedade do conhecimento, a educação é a principal ferramenta para o desenvolvimento. “Se a educação é atacada, com fechamento de escolas, piora na qualidade do ensino e maus tratos a professores, se ataca a própria possibilidade de crescimento da Nação”, pondera.
Formação - Professora de Língua Portuguesa e Literatura, Bebel lembra que alunos “são seres em formação”, que requerem cuidados. Para ela, a formulação tecnocrática “não leva em conta que educação é complexa e tem de ser abordada dentro de sua complexidade”.
Ocupações - A Apeoesp tem apoiado as ocupações de escolas fechadas. A entidade atuou também com pais de alunos e comunidade em Piracicaba (SP), levando o governo a reverter o fechamento de um estabelecimento. Bebel denuncia: “Se o fechamento prejudica a coletividade, é justo que essa coletividade se articule e pressione pela continuidade”.