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Ter, 05 de Abril 2016 - 16:20

Alunos relatam sucateamento de escolas estaduais no ABCD

Estudantes elencam problemas como falta de material básico e alagamentos em unidades

Por: Rosângela Dias (rosangela@abcdmaior.com.br) - Portal ABCD Maior - 04.04

 

A falta de materiais básicos como papel higiênico e impressora estão na lista de reclamações levantadas por alunos de escolas estaduais de Santo André. O ABCD MAIOR conversou com estudantes e apurou demandas comuns em diversas unidades do município. Os relatos apontam que os problemas não são novidade na rede, mas teriam se agravado nos últimos meses.

A escola Clothilde Martins Zanei, no Jardim Santo André, é um exemplo dessa realidade. Fotos enviadas por alunos mostram vidros quebrados, pisos descolados e fios soltos. Situação que pode ser agravada pelas infiltrações visíveis nas paredes. “Quando chove os alunos de algumas salas do andar de cima precisam trocar de sala porque molha muito”, afirmou Luana Scanholato, 16 anos.

Outra aluna da escola, Luana Silveira de Souza, 16, conta que nos últimos dias muitos estudantes estão levando papel higiênico de casa, já que foram informados de que o material acabou. Os jovens dizem ainda que os professores estão com dificuldade de imprimir atividades e provas na escola. “A gente acaba perdendo tempo. Quando tem alguma atividade precisa copiar e, se são 50 minutos para a prova, levamos 20 minutos só copiando as perguntas”, exemplificou.

Na escola Inah de Mello, no Parque das Nações, a falta de água é um entrave constante. Matheus Pinho, 16 anos, relata que na semana passada as aulas do período noturno foram interrompidas durante três dias por falta de água. “Esse problema não é de hoje, a direção fala que é no bairro todo e, por isso, saímos mais cedo na terça (29/03) e não tivemos aula quarta (30/03) e sexta (01/04). A situação está crítica.”

Em outras escolas os inconvenientes são causados pelo excesso de água. Em dias de chuva de moderada a intensa, alunos presenciam alagamentos pelos corredores da escola Clotilde Peluso, no Jardim Guarará. “Algumas salas acabam fechadas por causa da infiltração”, disse um estudante que preferiu não se identificar. O cenário é semelhante na Adib Chammas, no Jardim Santa Cristina. Sabrina Silva Carvalho, 17, afirma que a chuva impossibilita a realização de atividades físicas. “Temos duas quadras, uma é coberta, mas a outra não e enche quando chove.”

OUTRO LADO

Em nota, o Semasa informou que uma equipe esteve na Inah de Mello nesta segunda-feira (04/04) para vistoriar o conjunto hidráulico das caixas de água e constatou que a escola não possui reservação de água suficiente para o número de pessoas atendidas. De acordo com a autarquia, cabe à instituição providenciar os ajustes.

Já a Secretaria Estadual de Educação negou, em nota, que os problemas de falta de água na Inah de Mello estejam relacionados com a estrutura. A pasta nega infiltração na escola Clothilde Martins Zanei, afirma ser falsa a afirmação de que falta papel higiênico e frisa que a escola é constantemente depredada e, por isso, alguns vidros precisam ser repostos.

Sobre a Adib Chammas, o Estado disse que a bomba que faz a retirada da água está passando por conserto e deverá ser reinstalada na próxima semana. Por fim, a secretaria garante que as escolas estão imprimindo as atividades regularmente.


Problemas impactam no aprendizado

Alexandre Ferraz, da subsede da Apeoesp (sindicato dos professores) de Santo André, ressalta que os exemplos citados na reportagem são mais comuns do que se imagina. Para o docente, a situação vem se agravando nos últimos anos e prejudica as condições de aprendizado.

“Acaba tendo uma perda de possibilidade de uma aula mais elaborada e interativa porque o professor fica sem recurso. Acaba ficando uma aula repetitiva e com baixa produtividade. Além disso, a degradação traz outros problemas, como a insegurança”, observou.

REGIÃO

Integrantes de outras subsedes da Apeoesp no ABCD avaliam que a situação de Santo André não é isolada. “No geral, todas as escolas, em menor ou maior grau, sofrem com o problema da falta de recurso”, salientou Antônio Jovem, de Diadema. Paulo Neves, da subsede de São Bernardo, acredita que o quadro é ainda mais grave nas unidades de áreas afastadas. “Há problemas estruturais em quase todas, com exceção das mais centrais. Nas da periferia a situação é generalizada.”

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