A Polícia Civil e o Ministério Público acreditam na possibilidade de que os contratos fraudados com prefeituras paulistas envolvendo a máfia da merenda escolar chegue a R$ 20 milhões, sendo R$ 2 milhões desse valor voltados a propinas. Fernando Capez (PSDB) é o presidente da Assembleia e o principal político suspeito de envolvimento no esquema.
Ainda assim, os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo não parecem interessados no tema. Como reporta o G1 nesta terça-feira, por falta de quorum (número necessário para que as pautas sejam votadas e apreciadas), a Comissão de Educação e Cultura ainda não analisou nenhum requerimento sobre o escândalo.
Contam os repórteres Cíntia Acayaba e Márcio Pinho, do G1:
Apenas uma das quatro reuniões da comissão em 2016 teve quorum suficiente, e os legisladores deixaram de deliberar sobre vários temas na pauta relativos à investigação, como a possível convocação do ex-secretário da Educação, Herman Voorwald, e do ex-chefe de gabinete da secretaria, Fernando Padula, citados na investigação como receptores de propina. Desde a primeira reunião da comissão do ano, no dia 8 de março, há nove requerimentos aguardando análise.
No dia 12 deste mês, na reunião marcada pela comissão, apenas três deputados - Rita Passos (PSD), Carlos Giannazi (PSOL) e Marcia Lia (PT) - estiveram presentes. Número é a metade do necessário para que as investigações fossem adiante.
Na única sessão até aqui com quorom necessário, Roberto Engler (PSDB) fez pedido de vistas (tempo para análise) do processo.
Na última semana, a Polícia Civil apreendeu uma foto em que um dos envolvidos na chamada "máfia da merenda" de São Paulo onde Carlos Luciano Lopes, um dos vendedores da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), exibe maços de notas de 2, 10, 20 e 50 reais.