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Ter, 07 de Fevereiro 2017 - 17:44

Mesmo com lista de espera, escola em Santo André tem 15 salas vazias

Conforme professores, alunos do bairro estão sem estudar porque não conseguem vaga nas escolas estaduais

Por: Site ABC Agora - 03.02

 
Somando os períodos matutino, vespertino e noturno, 15 salas ficam vazias na Escola Estadual 16 de Julho, no Bairro Centreville, em Santo André. Isso acontece mesmo com estudantes inscritos na lista de espera que, inclusive, estão sem estudar. Procurada pela reportagem do ABCD MAIOR, a Secretaria de Educação de São Paulo não se manifestou sobre o assunto.
 
“O caso mais crítico é de tarde, são 14 salas de aula na escola, mas só quatro tem aula no período. As salas ficam vazias e as outras estão no limite de alunos ou superlotadas. Com esse número de salas daria para colocar 25 estudantes por classe, que é o ideal. Mas o Estado prefere precarizar o ensino para gastar menos com os professores e também acaba gerando desemprego”, desabafou o professor de Sociologia, Bruno Monteforte, 30 anos.
 
De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo fechou sete salas de aula neste ano na EE 16 de Julho e ao menos 263 na Região. Conforme pais dos alunos, desde o final do ano de 2016, a procura por vagas na escola se intensificou, mas a resposta sempre é a mesma: não há vagas e novas turmas não serão abertas.
 
É o caso do vigilante Claudinei Aparecido Gomes, 43 anos, que tenta vaga para o filho mais novo desde dezembro. “Eu e minha mulher estamos cansados de procurar a escola e receber não como resposta” relatou. Gomes ainda diz que a escola fica a dois quilômetros da casa da família, e que a mudança de escola do filho seria importante para que ele estudasse junto com a irmã, um ano mais velha.
 
“Um outro estudante entrou na lista de espera depois que o meu filho, ele fez a matrícula esses dias mas eu não consigo de jeito nenhum”, disse o vigilante.
 
‘MEU FILHO ESTÁ SEM ESTUDAR’
 
Para a cabeleireira Elaine Menezes, 33 anos, a situação é ainda mais complicada. O filho David, 16 anos, está sem estudar porque todas as escolas procuradas pela mãe dizem que não há vagas. “No ano passado eu procurei a escola 16 de Julho e eles falaram que só iria abrir vaga se alguém desistisse. Falaram que me retornariam até 11 de janeiro. Estou esperando até hoje (03/02)”, disse. “É um sentimento muito ruim. Meu filho está sem estudar, mas é um direito dele”, completou.
 
‘REOGANIZAÇÃO VELADA’
 
A Apeoesp alertou que a atitude do governo de fechar salas e negar matrículas é uma “reorganização velada”, parecida com a reorganização escolar proposta pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em 2015. O projeto previa o fechamento de diversas escolas e salas de aula, incluindo o ABCD. A “reorganização” foi revogada após centenas de ocupações, por parte de alunos, em escolas estaduais.
 
No começo do ano, a diretora da Escola Estadual Professora Maria Auxiliadora Marques, no Jardim Independência, em São Bernardo, se afastou das atividades após ser acusada de negar matrículas para o período noturno. Na ocasião, a Secretaria de Educação de São Paulo negou que a diretora realizasse as práticas denunciadas pela Apeoesp, mas não informou o motivo da funcionária ter se afastado
 
Denúncia feita em 2016, também pela Apeoesp, relatava que 594 classes foram fechadas em todo o Estado. A entidade ainda apontava que, no mínimo, mais de 30 escolas tinham sofrido a remodelação. Algumas escolas do ABCD perderam salas no período noturno. Outras, passaram por uma manobra que encerrou também anos letivos.
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