Com a suspensão das aulas presenciais, cerca de 35 mil professores temporários e eventuais, que atuam nas escolas públicas do estado de São Paulo, estão sem receber salários, por não terem vínculo oficial com o poder público.
No entanto, por serem considerados funcionários públicos, pelo Governo Federal, esses profissionais também não têm acesso ao auxílio emergencial, liberado para trabalhadores que perderam a renda por causa da pandemia do novo coronavírus.
"Para o estado, nós não temos vínculo, mas para DataPrev, outros órgãos, nós temos vínculos sim. As contas atrasadas, hoje eu pago um, depois eu vejo o que eu faço para pagar a outra", desabafa a professora eventual, Jeane dos Santos Paiva.
Passados três meses após o início da quarentena, a Secretaria de Educação de São Paulo afirma ainda não ter encontrado uma solução para a categoria.
"A gente ainda está tentando chegar a uma solução viável para ou assegurar uma contratação ou criar uma função para esses professores, durante esse período, para que a gente consiga sim compensá-los", alega o subsecretário de Articulação da Seduc-SP.
O sindicato da categoria, por sua vez, informa que já cobrou dos governos federal e municipal um suporte para esses profissionais. "Se o governo não investir nesses que estão passando fome agora, estão passando necessidades, eu acredito que eles vão para outra área, que é o que acaba acontecendo", argumenta a presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha.
Enquanto isso, os professores, que recebem apenas onze reais por cada hora-aula ministrada e não tem renda fixa, se viram como podem. "Faço bico de pintura regularmente, durante a semana, e o corpo docente da minha escola está me auxiliando com alimentos", conta o professor eventual, Wellington Parreira