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Qua, 30 de Junho 2021 - 17:00

AUMENTO DE DESLIGAMENTOS POR MORTE NA EDUCAÇÃO CHAMA ATENÇÃO DO DIEESE

Número de desligamentos por morte na educação mais do que dobra no início de 2021, o que alerta para retomada das aulas presenciais em meio ao alto contágio

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O número de contratos de trabalho extintos por morte na área da educação cresceu 128% nos primeiros quatro meses de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020. Foram os maiores números absolutos, dentre várias categorias, observados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Os dados chamaram a atenção do Dieese, ligando uma luz de alerta para as categorias envolvidas na possibilidade de volta às aulas presenciais. Segundo o economista Gustavo Monteiro, da equipe técnica do boletim do Dieese, os dados do governo não permitem cravar que as mortes foram decorrentes da covid ou de contágios em aulas presenciais, mas permitem fazer associações com a pandemia.

“Aparentemente, há uma relação com a pandemia, conforme se compara o salto de desligamentos deste primeiro quadrimestre de 2021 com 2020, mas não permite fazer a relação com o trabalho presencial, pois houve muito home office na educação. Outra relação sugerida esta no fato das mortes desses trabalhadores da educação ter sido mais acentuada nos três estados com as maiores taxas de mortalidade por covid-19″, explicou ele, em entrevista ao Vermelho, referindo-se aos estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso.

Nos primeiros quatro meses de 2021, a quantidade de desligamentos de trabalhadores/as da educação por morte no Brasil mais do que dobrou (128%) com registro de 1.479 perdas de vidas só nesse período. No geral, os desligamentos por morte aumentaram 89% em relação ao período anterior, saindo de 18.580 para 35.125. A educação foi o quarto setor com o maior registro de contratos formais extintos devido ao falecimento de trabalhadores/as. O setor respondeu por 4,2% dos desligamentos por esse motivo no país.

Para o economista, os dados contribuem como subsidio para uma reflexão da categoria para negociar o retorno às aulas. “A partir de dados tão incomuns, os trabalhadores da educação podem garantir melhores condições de segurança sanitária com o retorno das aulas presenciais, alem da compreensão do impacto da pandemia na categoria”, sugeriu Monteiro.

Existe um debate sobre a possibilidade de retorno generalizado das aulas presenciais em agosto, conforme a vacinação dos professores esteja avançada. No entanto, existe o problema dos alunos que passaram a se aglomerar e garantir a circulação do vírus entre familiares. Do mesmo modo que indivíduos vacinados podem contrair o vírus, adoecer e até ser internados com uma doença considerada grave e com sequelas respiratórias, entre outras.

Número de desligamentos por morte mais do que dobra nos primeiros meses de 2021

 

Entre as diferentes ocupações do setor, profissionais do ensino (professores e coordenadores, entre outros) foram os que mais tiveram vínculos encerrados por morte: 612, em 2021. Trabalhadores dos serviços – que apoiam as atividades de professores – formaram o segundo subgrupo mais afetado, com 263 desligamentos por morte. Pertencem a esse grupo faxineiros/as, porteiros/as, zeladores/as e cozinheiros/as.

Na curva evolutiva de desligamentos, abaixo, é possível observar uma certa simetria com a curva epidemiológica da covid.

Entre os profissionais da educação, os professores/as com ensino superior, que dão aulas no ensino médio, tiveram o maior aumento no número de desligamentos por morte. No início de 2021, essa quantidade mais que triplicou em relação a 2020.

O número de contratos extintos por morte entre professores/as de nível médio que atuam na educação infantil e fundamental também teve grande aumento: 238% nos quatro primeiros meses de 2021.

Rondônia, Amazonas e Mato Grosso foram os estados com o maior crescimento no número de desligamentos por morte em 2021, na comparação com o mesmo período de 2020. Essas três unidades da Federação também apresentaram as maiores taxas de mortalidade por covid-19 até junho de 2021.

Trabalhadores com menos de 30 anos foram menos afetados. Ainda assim, nos primeiros quatro meses de 2021, os desligamentos por morte entre pessoas com idade entre 25 e 29 mais do que dobrou. Entre trabalhadores na faixa etária entre 30 e 39 anos, o aumento foi de 148%.


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