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Ter, 26 de Fevereiro 2013 - 15:05

À escola pública, o que mais me importa na vida

Por: Cintia Rodrigues* IG - Blog Escola Pública - 25/02

Sempre disse que meus filhos estudariam em escola pública. Antes de ser mãe, era fácil atribuir parte da culpa pela má qualidade da educação a pais críticos que, em vez de participar e exigir melhorias, usam o poder aquisitivo para se refugiar em instituições privadas sem sequer conhecer uma pública. Quando alguém rebatia com “espera ser com você”, eu dizia que não adianta garantir o ensino dos filhos e deixar para eles uma sociedade cheia de problemas causados pela falta de formação generalizada. Eis que chegou minha vez.

Foi mais rápido do que eu pensava. Mesmo com o nascimento dos gêmeos no ano passado, imaginava que enfrentaria o momento daqui a uns três anos. Um pouco porque, apesar de saber da importância da educação infantil, tive dificuldade de aceitar que meus filhos não ficarão mais o tempo todo comigo. Além disso, o noticiário que ajudo a fazer me levou a pensar que não haveria vaga em creches públicas e o começo da vida escolar deles teria mesmo que ser em uma instituição particular.

Ainda assim, fiz a inscrição. Primeiro para constar nas estatísticas: se não iam para a escola pública por falta de vaga, queria que isso ficasse evidente. Depois porque, entre tantas instituições do governo que conheci como repórter em São Paulo nos últimos 10 anos, as que tinham menos problemas estruturais eram as creches. A principal questão que nós da imprensa mostramos nessa etapa é a falta de vaga a todos os interessados e não de qualidade como acontece no ensino fundamental e, mais ainda, no médio.

Só me esqueci do que eu mesma falava sobre a fuga da classe média e alta. Moro na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste da capital paulista marcado pela chegada de novos prédios de alto padrão na última década. Antes dos meninos completarem seis meses e minha licença maternidade acabar, ligaram para avisar que havia vaga na nova turma de berçário, com início previsto para dali a dois meses.

Claro que a burocracia causou problemas – pretendo falar deles aqui mesmo nos próximos dias. Mas foi uma feliz surpresa diante do resultado da pesquisa por creches particulares – que também vou comentar nesta coluna.

Agora o que era idealismo virou realidade. O que mais me importa nessa vida, meus filhos amados a quem quero só o melhor, está na escola pública – na creche hoje e, espero, no ensino fundamental, médio e superior amanhã. Farei tudo que uma mãe pode fazer para que essas sejam as melhores instituições de ensino que poderiam frequentar. Isso inclui criticar e elogiar tanto a atual creche quanto toda a rede.

* Jornalista de Educação e mãe de alunos matriculados na rede pública de ensino.

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