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Seg, 04 de Junho 2012 - 18:39

Alunos de escola pública decidem não aderir ao projeto de ensino médio integral

No mês de maio alunos e professores da escola estadual Ministro Costa Manso, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo foram surpreendidos com a possibilidade da implantação do modelo de Ensino Médio Integral.

Por: Cíntia Gomes

No mês de maio alunos e professores da escola estadual Ministro Costa Manso, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo foram surpreendidos com a possibilidade da implantação do modelo de Ensino Médio Integral.

O anúncio gerou desconforto, pois as mudanças seriam muitas e a vida da maioria dos alunos e  do corpo docente seria afetada, seja pelo aumento da carga horária como também a incerteza da continuidade deles na unidade escolar.

A dirigente regional de ensino centro oeste de São Paulo, Rosangela Valim, explica como funciona o modelo. “As aulas passariam a ser das 7h às 16h, teriam as disciplinas do currículo e as demais seriam as disciplinas eletivas, aplicadas de acordo com o perfil de cada aluno. Os professores trabalhariam nesta escola por 40 horas semanais, mas sendo efetivos em outra escola. Para aqueles que dão aula em outros períodos em outras unidades, precisariam escolher onde iriam ficar, o mesmo se aplica para os alunos que fazem curso técnico, estágio, trabalham ou realizam atividades extraclasse”.

> Alunos da escola estadual Ministro Costa Manso

Os pais disseram gostar muito da escola e que não gostariam de tirar os filhos da instituição. De acordo com a aluna do 3° ano Raphaela Cavaline, 16, muitos dos estudantes são de outros bairros ou cidades. Ela, por exemplo, é de Diadema, na Grande SP.

“Quem não pode vir nesse período para onde vai? Para a escola da periferia onde não tem aula? Se os pais nos mandam estudar longe de casa, é porque querem um ensino bom e, agora, por causa desse projeto, podemos ser encaminhados para outro lugar”, desabafa.

Contra a adesão das aulas integrais, os alunos organizaram manifestações, fizeram um abaixo assinado e elegeram representantes entre si. Conseguiram que a decisão fosse realizada de forma democrática e contasse com a participação de pais, professores e alunos.

Por meio de uma votação, decidiram por não aderir o Ensino Médio Integral.

 

> Pais, alunos e professores se reúnem para decidir modelo de ensino

Satisfeita com o ensino atual da escola, Lídia Marli Moreira Bezerra, 45, confeiteira e moradora do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, conta que o colégio já garantiu o acesso à faculdade de sua filha e de um sobrinho, agora a segunda filha também estuda nele.

“É uma excelente escola. A diretora é muito boa, sempre traz coisas novas. O projeto é bom, mas muita gente iria perder. A iniciativa dos alunos em busca de continuarem aqui, é maravilhosa. Mas, o ideal é que as escolas da periferia melhorassem”, diz.

O aluno Caio Lira, 16, comemorou a decisão. “Parabéns aos alunos dos 1º, 2º e 3º. Todos têm o mérito da decisão e de ir em busca do melhor. Assim como nós do último ano, lutamos pelos outros anos, espero que possamos nos colocar sempre uns no lugar dos outros”, afirma.

 

Cíntia Gomes, 28, é correspondente da Riviera Paulista.
@cintiamgomes
cintiagomes.mural@gmail.com

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