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Seg, 13 de Abril 2015 - 16:22

Em assembleia, professores da rede estadual de SP decidem manter greve

Categoria pede reajuste de 75% para o salário dos profissionais, que hoje parte de R$ 2.145 para 40 horas semanais

Por: Milena Carvalho - IG - 10/04/2015

Em greve desde o dia 13 de março, professores da rede estadual de São Paulo fazem, na tarde desta sexta-feira (10), passeata na região do Morumbi, na zona oeste de São Paulo. Durante a assembleia, a categoria decidiu manter a greve que vai completar um mês na próxima segunda-feira. "A assembleia decidiu, praticamente por unanimidade: a greve continua", afirma Izabel Noronha, conhecida como Bebel, presidente da Apeoesp (sindicato da categoria).

De acordo com a PM, cerca de 20 mil manifestantes participaram do protesto. Já a categoria afirma que foram 60 mil.

Os professores começaram a se reunir por volta das 14h na praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio do Morumbi. Às 16h30, eles seguiram em direção ao Palácio dos Bandeirantes. Aos gritos de "O professor chegou", "Geraldo salafrário, aumenta meu salário", "Ô governador, essa novela é um filme de terror", entre outros, os professores tomaram a frente do edifício-sede do Governo. A PM acompanha a movimentação.

Os professores chegaram a jogar objetos no portão do Palácio para tentar forçar a entrada, mas foram impedidos pelos diretores sindicais que estavam no carro de som.

Apesar das tentativas, representantes da categoria não foram recebidos. Por voltas das 19h, eles estavam na avenida Morumbi, que ficou totalmente bloqueada na altura da Padre Lebret. A promessa é marchar até a sede da rede Globo, distante quase 4 km do local.

A última reunião entre governo e professores foi no dia 30 de março. A presidente disse que a conversa "não deu em nada". "Não tivemos nenhuma sinalização de reajuste", disse.

A categoria pede reajuste de 75% para o salário dos professores, que hoje parte de R$ 2.145 para 40 horas semanais, entre outras pautas. Com carro de som, os professores repetiam a todo momento frases como "não tem arrego", e "vem, vem pra rua vem, com os professores".

Próximo ato

O sindicato anunciou que haverá mais uma assembleia na próxima sexta-feira (17), no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista. A intenção dos manifestantes neste dia é fechar a avenida 23 de maio, uma das principais ligações entre a zona sul da capital com o centro e a zona norte.

"Nós vamos nos fortalecer, para que na Paulista, semana que vem, tenha três vezes mais gente", afirmou Bebel.

O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) também participou da caminhada dos professores na tarde desta sexta-feira. Ele criticou a postura do governo estadual em relação aos professores.

"Os salários são miseráveis no estado mais rico da federação. O governo não atende às necessidades dos professores, lota salas para reduzir custos e mantém um salário indigno que está afastando muitos professores do magistério. Está aí o nosso apoio total e sempre a luta do professorado em defesa da escola pública brasileira".

Valente também prometeu ajudar na intermediação entre categoria e governo estadual.

"Nós vamos tentar fazer a interlocução com o governo e também estaremos presente na assembleia na Paulista na semana que vem, porque a luta tem que continuar e o governo precisa ceder em nome, inclusive, de uma educação de qualidade, porque os maiores prejudicados são os jovens brasileiros", disse.

O professor Ademilson Teles Almeida, 53, que trabalha em uma escola de Taboão da Serra, diz que a manifestação é a única maneira de sensibilizar o governo.

"A nossa categoria teve que chegar a esse ponto. O governo falou que nosso movimento era novela. Peço apoio para os professores que não vieram para que eles deem audiência para o nosso movimento e não para a novela do governo".

Almeida também chama atenção para aumento no vale refeição, outra pauta defendida pela categoria.

"Além de melhores condições de trabalho, queremos reposição salarial, que é diferente do reajuste. Estamos querendo repor as perdas salariais. Também queremos garantias e a ampliação do vale-refeição, que hoje é só R$ 8".

Uma professora de 35 anos, que dá aula de Química em uma escola de Itapecerica da Serra e pediu para não ser identificada por estar em estágio probatório, reclama da dificuldade que é dar aula em uma sala com 40 alunos. "É muito difícil prender a atenção de todos eles. Como a educação pública está devasada, recebemos alguns alunos chamados de analfabetos funcionais. Desse jeito fica difícil resgatá-los."

Ela afirma que alguns professores têm medo de retaliações nas escolas se aderirem à greve. "Peço que os colegas de sala de aula venham para cá, para a rua. Alguns têm medo da direção ou da secretaria. Mas se a luta é de todos, todos precisam vir"

Resposta do governo

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que "rechaça as inverdades divulgadas pela Apeoesp para tentar promover seu calendário de mobilizações políticas".

"A pasta não pode pactuar com o movimento do sindicato que tem incitado os pais a não levarem seus filhos às unidades escolares para inflar a paralisação e usado, em alguns casos, até mesmo de violência."

A secretaria informou ainda que as solicitações do sindicato têm sido atendidas desde 2011 e que os professores garantiram "ao longo de quatro anos, um aumento de 45% em seus salários". O governo diz também que 10,7 mil professores terão reajuste de 10,5% em seus salários, pagos a partir deste mês.. A administração informou que neste ano, R$ 1 bilhão será pago à categoria como bônus por mérito.

Segundo eles, nesta semana o "índice de comparecimento" dos professores em sala foi de 91%.

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