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Seg, 21 de Maio 2012 - 13:33

Ex-presidente da APEOESP assume cargo no Ministério da Educação

Entrevista com Carlão, agora como assessor do ministro da Educação Aloizio Mercadante

Por:

Poucos no meio sindical devem conhecer o professor de Biologia Carlos Ramiro de Castro, 63 anos. Mas não há quem não saiba quem é o Carlão, ex-presidente da APEOESP - liderança dos professores desde o final dos anos 70 e vice-presidente da CUT/SP. Depois de mais de três décadas de uma trajetória que o levou a ocupar cargos em entidades sindicais e na política (é suplente do senador Suplicy), Carlão aproveitou a abertura do 13º CECUT, ocorrido no último dia 16 em Serra Negra, para anunciar que inaugurava nova caminhada, agora como assessor do ministro da Educação Aloizio Mercadante. “Meu trabalho será fazer a ligação com os movimentos sindical e social”, afirma, ao responder, rindo, que não pretende se tornar vidraça: “É uma mudança, mas vou continuar lutando por tudo que sempre lutei até hoje”.

Leia, abaixo, a íntegra da entrevista realizada no último 17 de maio.


Como surgiu o convite para se tornar assessor do ministro Mercadante e qual será seu trabalho?

Carlão - Surgiu quando fomos apresentar a ele algumas reivindicações em nome da confederação dos professores. Não há uma designação especial, serei um assessor cujo trabalho será fazer a ligação com os movimentos sindical e social; ou seja, vou tentar lutar por tudo que hoje reivindicamos e queremos ver implantado na Educação desse País. A nomeação foi feita há duas semanas, e já estou morando em Brasília.

E qual seria o primeiro passo para se atingir melhorias na Educação?

Carlão – O investimento, o aumento nos investimentos para a Educação. Existe uma predisposição do ministério nesse sentido, assim como a reivindicação de se usar os royalties do pré-sal para aplicar na Educação. Queremos chegar a um investimento de 10% a 11% do PIB, o que se espera para países em desenvolvimento. Hoje no Brasil esse índice é de 5%, 6%. E, claro, fiscalizar, ter rigor administrativo, ou de nada adianta investir. Também é preciso mudar a própria estrutura da escola no Brasil, o limite de alunos por sala de aula, aumento da carga horária – em São Paulo o estudante fica entre 3h e 3h30 dentro da escola, é muito pouco.

Mas para ampliar essa carga horária tem que melhorar o salário do professor, porque muitos deles dão aulas em várias escolas...

Carlão – Sim, a preocupação com a valorização do professor existe. Precisa ter salário decente, formação continuada, redução da jornada dentro da sala de aula para que ele possa preparar as aulas e fazer o trabalho pedagógico. A escola também precisa de funcionários preparados, porteiros, inspetores de aluno, não é só o professor. Mas tudo isso depende de mais investimento.

E a violência dentro das escolas? Neste Cecut a secretária-geral da Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, Severine Macedo, anunciou inclusive que deverá ser lançada campanha junto com o MEC para discutir e reduzir o problema.

Carlão – Essa é uma questão muito grave que já resultou em campanha da Apeoesp, com realização de pesquisa que apresentou dados alarmantes e lançamento de livro. A escola, hoje, não se abre à comunidade, e tem que se integrar para diminuir a violência. Precisa se transformar num centro social, contar com a participação do Conselho Tutelar, assistência social e psicológica – não precisa ser um assistente ou psicólogo por escola, mas pode ser por região, por exemplo. Existem hoje formas de se trabalhar com os serviços que o próprio Estado tem, mas com mais investimentos e integração.

Sua trajetória no meio sindical é longa, com muitas lutas e conquistas. Não teme agora, ao ir para o governo, virar vidraça, sofrer a pressão dos sindicalistas?

Carlão – Não, não me considero vidraça (risos). A gente sabe que às vezes a pessoa vai para tentar resolver, mas nem sempre tem o respaldo necessário. Nós conseguimos eleger o Lula e a Dilma e queremos políticas para o País que tornem melhor a vida dos trabalhadores em educação, saúde....Vou continuar lutando por tudo que sempre lutei até hoje.

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