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Seg, 06 de Abril 2015 - 15:09

Por que Reinaldo Azevedo ataca os professores

Por: APEOESP - 05.04


Mais uma vez Reinaldo Azevedo, colunista da Folha de S. Paulo e da revista Veja, ataca a APEOESP, a greve dos professores e a mim pessoalmente.

As motivações deste senhor são claras e evidentes: tentar destruir quem desagrada o seu partido, o PSDB.

Nada tenho contra filiações e simpatias partidárias. Eu mesma as tenho. Mas não confundo minha função institucional como Presidenta da APEOESP com minha militância partidária. No sindicato, encaminho todas as decisões emanadas das instâncias e defendo os interesses da nossa categoria e da escola pública. Entretanto, Reinaldo Azevedo se vale de sua condição privilegiada de colunista em órgãos de imprensa para fazer militância político-partidária e para achincalhar pessoas que supostamente atrapalham o seu partido.

As calúnias, difamações, mentiras e ataques perpetrados contra mim e contra a nossa categoria não passarão em branco. Ele responderá judicialmente por tudo aquilo que configurar crime ou danos morais. E também pelos comentários iguais ou piores que abriga em suas colunas.

Não é por coincidência que ele diz que não há greve de professores. É o discurso oficial do Governo Estadual. Entretanto, quem visita as escolas vê que a greve cresce e ganha cada vez mais apoio entre os estudantes e pais. Nossa última assembleia, no dia 2 de abril, em plena semana santa, reuniu 60 mil professores e realizou uma caminhada por todo o centro de São Paulo em defesa da escola pública.

Não somos apenas nós, professores, que vivemos em meio ao descaso e ao abandono do Governo Estadual; os estudantes frequentam escolas sem infraestrutura e sem condições adequadas para a realização do processo ensino-aprendizagem. Eles têm aulas em salas superlotadas e passam uma série de dificuldades para aprender. Os resultados da política educacional do Governo estão aí. A vitória da nossa greve também será uma vitória de toda a comunidade escolar.

O Governo Estadual afirma não haver greve, mas diz que utiliza 35 mil professores eventuais para cobrir aulas não ministradas. Muitos desses professores, diga-se de passagem, aceitam essa condição devido à precarização da categoria, mas não tem condições de ministrar uma aula, pois estão sendo agrupadas diversas classes em uma só sala, devido à situação de greve. Em muitas escolas, mais de cem estudantes são amontoados para assistirem filmes ou um simulacro de aula, apenas porque o Governo não quer que a greve seja visível.

Sim, nós nos dirigimos aos pais porque queremos evitar que nossa greve legítima prive nossos alunos sejam privados do acesso aos conteúdos que devem receber durante o ano letivo. Como em todas as outras greves, vamos negociar com a Secretaria da Educação a reposição das aulas não ministradas. O Governo comete um crime contra o direito constitucional de greve ao substituir os professores que aderiram ao movimento por eventuais, para fingir que as aulas estão normais. É esse tipo de falcatrua que o senhor Reinaldo Azevedo apoia.

Este senhor não tem a menor preocupação com a escola pública. Suas incursões neste assunto são apenas para difamar, atacar e tentar enlamear os professores e a APEOESP com seus argumentos falaciosos. Ele até hoje não aceitou o fato de que seu grande amigo José Serra não tenha conseguido eleger-se Presidente da República em 2010 e sabe muito bem que grande parte deste fracasso pode ser debitada à forma violenta e desrespeitosa como tratou os professores.

Nossa greve de 2010 não foi malsucedida, de forma alguma.  Primeiro, porque abriu caminho para a incorporação de todas as gratificações, para concursos públicos (que não vinham ocorrendo) e para uma série de outras negociações que ocorreram com o então Secretário da Educação e no governo seguinte do PSDB. Em segundo lugar, porque mostrou a todo o país a real situação da rede estadual de ensino e do magistério no Estado de São Paulo.

Reinaldo Azevedo nada sabe da minha vida. “Burguesona” é um adjetivo que não se aplica à minha pessoa. Não me envergonho de minha origem, nem da minha trajetória, porque elas são feitas de dificuldades, mas também de muito trabalho, solidariedade, amor, família. Se hoje presido o maior sindicato da América Latina e um dos maiores do mundo e tenho a confiança de uma categoria valorosa e tão importante como são os professores, é graças a essa trajetória.

Nossa greve continua, queira ou não Reinaldo Azevedo e seus amigos. Queremos, sim, negociação já. Queremos respostas a nossas reivindicações. Mas que não sejam apenas uma sucessão de “nãos” e sim propostas que possamos discutir e sobre elas deliberar.

Nós, professores, enfrentamos muitos problemas e dificuldades para exercer a nossa profissão. Não será um sabujo como Reinaldo Azevedo que impedirá a continuidade da nossa luta.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP

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