Ter, 25 de Março 2014 - 16:03
Por: Do UOL - São Paulo - 24/03/2014
Do UOL - São Paulo - 24/03/2014
Para pais, alunos e professores, a falta de segurança é a principal problema da rede estadual de São Paulo. Segundo levantamento que visa definir a qualidade da escola pública paulista, a insegurança é apontada como principal foco de atenção para 32% dos professores, 37% dos pais e 25% dos alunos.
O levantamento foi feito a pedido do sindicato dos professores do Estado pelo instituto de pesquisa Data Popular e está sendo divulgado na manhã desta segunda (24) em São Paulo. Foram entrevistados 2.100 indivíduos -- 700 professores, 700 pais e 700 alunos, segundo o instituto.
Encomendada para discutir a qualidade da educação no Estado, a pesquisa mostra qual é a finalidade da escola, segundo pais e alunos. Para os primeiros, a instituição deveria preparar cidadãos (48% dos entrevistados acham isso). Já para os alunos, a escola deveria ensinar o conteúdo das disciplinas (36%) e preparar para o mercado de trabalho (35%).
No entanto, um pequeno grupo de pais acha que a escola está cumprindo seu papel de formar cidadãos (11%, ou seja 11 pessoas a cada 100 entrevistados), de ensinar o conteúdo (11%) e preparar para o mercado (9%). O mesmo acontece entre os alunos: 10% acredita que a escola forme cidadãos, 14% acha que os conteúdos são ensinados e 9% disse que a escola forma para o mercado de trabalho.
Os pais (34%), os alunos (40%) e os docentes (39%) entrevistados pelo Data Popular concordam que "o principal sinônimo de qualidade na educação" é professor qualificado. Em segundo lugar, os pais acham que vem o ensino das disciplinas (27%), os alunos apontam o relacionamento com os professores (28%) e os professores dizem ser valorização e suporte à sua classe profissional.
Ao pesquisar um pouco mais sobre o tema, o levantamento chegou a fatores que impedem a boa formação dos alunos. São eles: falta de professores, insuficiência de pessoal, presença de preconceito, desinteresse por parte dos alunos e absenteísmos também dos educandos.
Um dado que chama a atenção: quase metade (46%) dos alunos entrevistados admitem que já passaram de ano sem aprender o conteúdo.
Esse é o motivo pelo qual pais, professores e alunos se mostraram contra a progressão continuada tem sido aplicada em São Paulo. Entre os docentes, 63% são contra que os alunos sejam promovidos de um ano para outro como tem sido feito. Quase a totalidade de pais (94%) também se opõem, assim como 75% dos alunos.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que a pasta conta com 2.688 professores especializados em prevenir conflitos nas redes estaduais.
A secretaria disse ainda que "a valorização dos educadores e a ampliação da atuação dos professores efetivos na rede estadual de ensino são prioridades desta gestão" e que até julho os professores receberão um aumento escalonado de 45%.
Em relação à progressão continuada, a pasta considera "equivocado dizer que há ausência de reprovação na rede estadual de ensino. O modelo foi aperfeiçoado no final do ano e as possibilidades de retenção foram ampliadas, permitindo que eventuais defasagens de conhecimento sejam corrigidas mais prematuramente".