Um professor do ensino médio de uma escola pública da Zona Leste de São Paulo afirma ter sido agredido dentro de sala de aula, nesta terça-feira (16). O docente conta que teve que interromper a aula de física para repreender um aluno. O jovem estava assistindo a um jogo de futebol no celular dentro de sala de aula.
“Ele disse 'sim, vou desligar'. Quando eu voltei pra frente da sala, ele voltou a ligar o aparelho. Eu fui até ele e tomei o aparelho. Ele veio pra cima de mim, me encurralou no canto de uma sala, pegou no meu braço, puxou com toda força, depois pegou na minha mão e puxou o celular com toda força", relata o professor Cleiton Munhoz.
Na Escola Brisabella Almeida Nobre, na Vila Califórnia, ninguém quis contar o que viu dentro da sala de aula. Uma aluna, que não quis se identificar, saiu em defesa do professor em entrevista ao SPTV desta quinta-feira (18). "É um professor super tranquilo", disse.
O braço do professor ficou marcado. O aluno foi levado para a direção. Munhoz diz que a coordenadora obrigou o jovem a pedir desculpas. "Ele não pediu desculpas. Inclusive ele passou por mim rindo, quando eu estava em uma outra sala depois do intervalo", diz o professor.
Para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a falta de limites dos alunos contribui para esse quadro. "Tem que ter punição. E a punição é, no mínimo, chamar o conselho de escola, dar advertência, chamar a família, cobrar da família, porque os responsáveis pela educação não são só os professores. Também são os pais”, diz.
A Secretaria Estadual de Educação diz que orientou a escola da Zona Leste de São Paulo a chamar os pais do rapaz envolvido na confusão desta semana. Informou também que vai apurar o que aconteceu.
"A gente não pode esquecer que esse aluno não pode ser excluído do ambiente escolar. O ideal é que se faça um trabalho de conscientização com esse aluno, de respeito ao professor, e que os conflitos escolares sejam resolvidos através do diálogo", afirma Maria Isabel Faria, diretora de ensino da região Centro-Sul da capital.
O professor registrou na polícia um boletim de ocorrência. A última pesquisa da Apeoesp mostra que 27% dos profissionais da área já se afastaram por questões de saúde. As maiores causas são depressão e ansiedade.