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Ter, 03 de Fevereiro 2015 - 15:16

Professores de SP denunciam superlotação em escolas estaduais

Secretaria diz que supervisores vão controlar número de alunos. Verba para manutenção foi liberada com atraso neste ano.

Por: G1 - 02.02

Professores e diretores ouvidos pela reportagem do Bom Dia São Paulo disseram que a verba destinada à manutenção das escolas não foi liberada pela Secretaria Estadual da Educação. Professores também relataram superlotação em escolas da Grande São Paulo. O dinheiro deveria ser empregado na pintura e em reparos antes do começo das aulas.

A Secretaria de Educação do Estado confirmou que houve um atraso na liberação da verba, mas disse que R$ 58 milhões já foram liberados para a limpeza e manutenção. A determinação é que cada sala tenha até 40 alunos. Os supervisores devem visitar as escolas para analisar os casos em que o número de aluno exceder o recomendado.

A reportagem encontrou problemas na manutenção também foram encontrados em algumas unidades, Na Escola Estadual Salim Farah Maluf, no bairro Jardim Bonifácio, o mato estava alto e, em alguns pontos, chegava a um metro de altura. Um porta com a tranca enferrujada e sem maçaneta. Já o bebedouro está sem torneira. Apenas uma das bombas funcionava e ainda tinha vazamento. Em um ponto da escola, a fiação estava exposta.

A escola estadual Walt Disney, em Mauá, no ABC, visitada pela reportagem está com o chão de uma sala coberto por uma lona, porque a água se acumulou no local. As carteiras estavam empilhadas.  Uma parte do telhado caiu depois de um temporal que atingiu a cidade há cerca de um mês, segundo os pais. Como o reparo não foi feito, parte dos aluno será transferida para outra escola.

Já na Escola Orlando Silva, no Parque São Rafael, na Zona Leste de São Paulo, a grade da quadra está quebrada e a arquibancada está cheia de mato. Ao passar pela quadra, os alunos conseguem ter acesso à rua.  As paredes são pichadas e há goteiras nos corredores. As telhas derrubadas por uma chuva no meio de 2014 seguem sem reparo.

O Sindicato dos Professores denuncia a superlotação das salas este ano. Uma professora da Escola Estadual Anecondes Alves Ferreira, em Diadema, na Grande São Paulo, mandou para o Bom Dia São Paulo listas de salas de aula, do ensino fundamental e médio com mais de 40 alunos. Nessa escola, as salas de aula do ensino médio tem 42, 47 e até 48 alunos.

“Ele fecha salas e aumenta a quantidade de alunos. Em vez de contratar mais professores para diminuir a quantidade de alunos e melhorar a qualidade de ensino, tende sempre a ficar dificultando e fechando salas, aumenta a quantidade de alunos e dispensa professores. A média para 2015 é de 45 alunos por sala, que é uma quantidade gigantesca”, afirmou um professor que preferiu não ser identificado.

“É inviável. Você chega na sala de aula, você vai fazer a chamada, até você conseguir acalmar os ânimos. E mesmo assim o professor ainda tem que aplicar o conteúdo, dar uma avaliação tem que fazer todo processo pedagógico com muitos alunos”, declarou outro professor.

A subsecretária da Educação do Estado, Raquel Volpato, afirmou que o dinheiro este mês já foi encaminhado para as escolas. “Houve um contingenciamento no fim do ano, mas esse mês R$ 34 milhões já foi para escolas para manutenção e mais R$ 24 milhões para o serviço de limpeza”, afirmou. “O Trato na Escola foi passado para janeiro por causa de problema orçamentário para fazer prestação de contas no fim de governo”, explicou.

De acordo com a subsecretária, a escola Walt Disney, em Mauá, estão em curso os trâmites burocráticos para que a escola receba uma reforma que custará R$ 600 mil. Os alunos, segundo ela, já foram transferidos. A Escola Orlando Silva também deve receber uma reforma que custará R$ 570 mil.

A subsecretária afirmou que nas séries iniciais do fundamental devem ter 30 alunos, séries finais depois do sexto ano, 35 alunos e ensino médio 40 alunos. “Essa média é aceitável pedagogicamente. Nós tínhamos muitas salas com seis alunos, com 15 alunos. Isso nós não queremos, porque isso é mau uso do dinheiro público”, afirmou. 

Sobre o excesso de alunos nas escolas, ela disse que é preciso rever e conferir as listas. “A sala tem que ter 40 alunos. Se tiver mais, tem que colocar em outro turno ou outra escola. Nesses casos [com número superior], nossos supervisores tem que ir para a escola olhar e decidir cada caso”, afirmou.

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