Qua, 12 de Março 2014 - 15:43
Por: R7 - 12.03
As empresas brasileiras concedem muitos benefícios a seus trabalhadores seguindo a legislação. Entre eles está o vale-refeição (VR), oferecido pelas empresas em troca isenções de imposto do governo. Entretanto, nem sempre o valor do benefício satisfaz aos trabalhadores.
O R7 pesquisou os dez maiores e menores valores de VR na cidade de São Paulo, determinados por acordos trabalhistas. Confira quem ganha mais e menos para comer no intervalo do trabalho:
Os operadores de telemarketing encabeçam o ranking dos piores valores de vale-refeição em SP. Eles ganham o equivalente a R$ 4 por dia trabalhado para comer. Em segundo, encontram-se os trabalhadores de videolocadoras, com R$ 6,40 ao dia.
Alguns trabalhadores que fazem a limpeza de áreas verdes por meio de empresas terceirizadas ganham um vale-refeição diário de R$ 7,35. Em quarto lugar no ranking estão os professores das escolas estaduais. Com salário de até R$ 2.731,17, eles recebem um vale-refeição de R$ 8 ao dia. Os docentes com remuneração acima disso não têm direito ao benefício.
A presidente da Apeoesp (Sindicato dos dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo, reclamou do valor do vale para o R7 em dezembro, apelidado por muitos como "vale-coxinha". "O que dá para comer com R$ 8?"
Empregados terceirizados da área de logística recebem vale-refeição de R$ 8,50 por dia. Em sexto estão os funcionários de empresas que fornecem o serviço terceirizado de limpeza: eles recebem VR de R$ 9,10 diários.
Os trabalhadores motociclistas recebem o benefício diário com valor próximo de R$ 9,20.Em oitavo lugar no ranking estão posicionados os empregados terceirizados na área de energia, que recebem vale de R$ 9,50 por dia trabalhado.
Em nono, os funcionários da indústria audiovisual tem um vale-refeição de R$ 9,55 diários para comer. O valor diário de vale-refeição chega a R$ 10 para os mototaxistas, em décimo lugar no ranking dos piores VRs de São Paulo
Na outra ponta estão os trabalhadores que recebem os valores mais alto de vale-refeição:
Os pesquisadores da Fundag (Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola) e da Honda Daitan ganham vales-refeição com o valor diário de R$ 23,40 e R$ 24,61, respectivamente. As secretárias da Dersa, administradora das rodovias do Estado de São Paulo, estão em 7º no ranking com vale de R$ 24,73 por dia
Os sindicatos trabalhistas todos os anos reivindicam com os patrões ou com os sindicatos patronais pautas como o aumento real dos salários (acima da inflação) e os valores dos benefícios.
As conversas acontecem anualmente a partir da chamada "data-base", determinada pelos acordos trabalhistas, também chamados de Convenções Coletivas ou Acordos Coletivos.
O chamado "dissídio" ocorre quando os trabalhadores e os patrões não entram em acordo, e o caso vai parar em um Tribunal de Trabalho
Os tecnólogos e alguns profissionais da área de segurança do trabalho têm direito a um vale diário de R$ 25, segundo acordo trabalhista da área de arquitetura e engenharia consultiva. Os arquitetos da cidade ficam em quarto no ranking com um benefício no mesmo valor (R$25)
Os engenheiros do Metrô ganham um vale diário de R$ 25,65. O segundo local com o melhor vale-refeição da capital paulista também é um órgão público. Os funcionários da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) ganham benefício com valor equivalente a R$ 28,50 ao dia
No topo do ranking estão os trabalhadores da Câmara Municipal da cidade. Os funcionários da CMSP têm direito a R$ 31 diários — o valor é quatro vezes maior que o recebido pelos professores das escolas estaduais.Segundo a assessoria da casa, o valor é decidido com base no preço da comida na região.
O custo médio de uma refeição no centro de São Paulo, onde fica a Câmara Municipal, era de R$ 32,48 em janeiro. Os dados são de pesquisa de 2012 da Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) atualizados com a inflação do último mês de dezembro. Um prato comercial na região, entretanto, sai por R$ 18,19 em média.