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Seg, 27 de Fevereiro 2012 - 14:11

Ranking de professores em NY provoca polêmica

Discordância entre governo e sindicato foi parar na Justiça; 18 mil docentes foram avaliados

Por: THE NEW YORK TIMES

Um ranking de professores baseados nas notas dos alunos tem provocado uma guerra judicial nas escolas de Nova York (EUA). O Departamento de Educação divulgou as notas na sexta-feira, encerrando quase um ano e meio de disputa legal lançada pelo sindicato para manter seus nomes confidenciais.

A classificação, conhecida como Teacher Data Reports, traz as notas de quase 18 mil dos 75 mil professores de escolas públicas, avaliados com base no progresso feito pelos alunos em testes padronizados. A cidade desenvolveu esse método há cinco anos num programa piloto para melhorar o ensino e eles foram levados em consideração nas avaliações e decisões sobre a titularidade do cargo dos professores.

Mesmo antes da divulgação, as notas foram vistas por especialistas independentes, diretores de escolas e professores que dizem haver grandes margens de erro. Eles alegam, entre outros argumentos, que elas foram baseadas num pequeno volume de dados e que as próprias notas dos testes dos alunos foram infladas por determinação do Estado. Além disso, afirmam que houve erros ou omissões factuais.

O sindicato, a United Federation of Teachers, reagiu à divulgação com uma campanha nos jornais de mais de US$ 100 mil que começou na sexta-feira.

Com o título "Esta não é a maneira de avaliar um professor", o anúncio é uma carta aberta do presidente do sindicato, Michael Mulgrew, que apresenta uma fórmula matemática complexa seguida de uma lista de razões pelas quais a classificação feita é problemática.

"O Departamento de Educação deve se envergonhar", disse Mulgrew. "Ele conseguiu combinar testes ruins, uma fórmula equivocada e dados incorretos para enganar dezenas de milhares de pais sobre os professores dos seus filhos".

As avaliações - que cobrem os anos de 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010, se referiram a cerca de 18 mil professores de inglês ou matemática, ou ambos, de alunos da quarta à oitava série, embora alguns professores não tenham sido avaliados em nenhum dos três anos.

A cidade defendeu a classificação afirmando que ela dá aos administradores uma visão mais objetiva do desempenho dos professores, de modo que aqueles com bom desempenho podem ser imitados e aqueles que não, podem ser assistidos - caso não tenham titularidade no cargo, poderão ser demitidos.

Numa carta aos professores e diretores, o diretor do Departamento de Educação da cidade de Nova York, Dennis M. Walcott, tentou aplacar os temores. "Os relatórios dão a professores e diretores uma perspectiva útil sobre o quão bem os professores estão atuando na sua mais importante tarefa, que é ajudar os alunos a aprenderem. No entanto a intenção nunca foi de tornar públicos os relatórios ou de serem usados isoladamente", diz. "Embora seja impossível controlar como os jornalistas usarão esta informação, vamos nos empenhar para assegurar que os pais e o público em geral entendam como interpretar estes relatórios".

O sindicato entrou com ação para impedir a divulgação das notas. Um juiz rejeitou o argumento e considerou que a informação era de interesse público em geral. O sindicato recorreu, mas o recurso não foi aceito.

Marie Kallo, professora de Inglês e Estudos Sociais numa escola no Brooklin, disse que, embora tenha recebido uma nota acima da média, esta preocupada com um erro importante no relatório a seu respeito, onde é informado que ela lecionou para 120 alunos em 2007/2008, quando o número de alunos foi mais de 200. "Isso me fez questionar a exatidão dos dados", disse ela, acrescentando que também não entendeu como as notas foram calculadas.

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