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Sex, 05 de Julho 2013 - 17:13

SP fará concurso para contratar 59 mil professores

Estado quer reduzir temporários, que totalizam 49 mil docentes; parte deles não fez prova ou foi reprovada. Será a maior seleção já feita na rede estadual; para pesquisador, há risco de não haver tantos interessados.

Por: FÁBIO TAKAHASHI

O governo de São Paulo anuncia hoje que fará neste ano concurso público para selecionar 59 mil professores para suas escolas de educação básica --a maior seleção da história da rede. Com o projeto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) tenta atenuar um dos principais pontos de desgaste da sua gestão na área de educação, que é a quantidade de docentes temporários.

Atualmente, 49 mil professores têm esses contratos por tempo determinado. Parte deles não passou por seleção ou foi reprovada em prova anual aplicada pelo governo. A ideia da Secretaria da Educação é colocar os novos professores na rede já em 2014, ano em que Alckmin pode tentar a reeleição. Não necessariamente os 59 mil começarão de uma vez (pode ficar um "estoque" de aprovados para os próximos anos).

O plano de redução do número de temporários, porém, esbarra na dificuldade que o Estado vem tendo em reter seus professores na rede. Desde 2011, houve concurso para 34 mil professores, mas hoje há apenas 4.000 professores efetivos a mais do que no início da gestão.

A discrepância ocorre porque não houve aprovados para todas as vagas, em alguns casos. Em outros, alguns concursados novatos desistiram dos postos e parte dos efetivos teve de substituir educadores que se aposentaram. "Chamar de uma vez 59 mil professores traz dois riscos. Pode não ter candidatos para todas as vagas, porque o estoque de professores não é tão grande. Ou você não consegue fazer uma boa seleção", afirma Ocimar Alavarse, pesquisador da Faculdade de Educação da USP.

Alavarse ressalta, porém, que, dentro do quadro atual, é melhor fazer o concurso. "O maior problema foi deixar chegar a essa situação." A Secretaria da Educação afirma que toma medidas para estimular a permanência dos docentes na rede. Uma delas é o plano de reajuste salarial, dividido em quatro anos, que somará 45% até 2014. O salário base atualmente é de R$ 2.300 (jornada de 40 horas semanais).

Em outra frente, o Estado passará a permitir que o concursado possa atuar também como temporário no período extrajornada. Das 40 horas semanais máximas atuais, ele poderá chegar a 64 horas. A ideia é evitar que seja chamado um temporário para cobrir licenças ou aposentadorias, por exemplo. "A ideia é adequada, mas pode trazer sobrecarga ao professor", diz Alavarse.

Presidente da Apeoesp (sindicato estadual dos professores), Maria Izabel Noronha afirma que essa medida tende a ter pouco impacto caso o governo aumente substancialmente o número de professores efetivos. "Para nós, essa é a principal ação, porque acaba com a precarização", afirmou.

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