APEOESP - Logotipo
Sindicato dos Professores

FILIADO À CNTE E CUT

Banner de acesso ao Diário Oficial

Publicações

Opinião APEOESP

Opinião APEOESP

Voltar

Qui, 11 de Outubro 2012 - 18:34

Os professores reafirmam seu compromisso e sua luta

No dia do Professor, os profissionais do magistério tem muitos motivos para se manifestar.

  Primeiro, temos que reafirmar, sempre, profundo compromisso com a educação de nossos estudantes e a qualidade da escola pública.

  Mas temos que manifestar, também, nosso inconformismo com a desvalorização da nossa categoria, uma das mais importantes para a nossa sociedade e para o desenvolvimento integral na nação. Muito se fala da prioridade para a educação, mas nem todos os governantes levam esse discurso à prática.

  No Estado de São Paulo, o mais rico da federação e que possui a maior rede de ensino, trabalhamos em condições inadequadas, com jornadas excessivas em sala de aula, superlotação das classes, assédio moral, violência dentro e no entorno das unidades escolares, baixos salários, ausência de programas de formação continuada para todos e plano de carreira que não atende às nossas necessidades.

  Sem demérito a qualquer outra categoria profissional, assinalamos, a título de exemplo, que os funcionários do Metrô de São Paulo percebem salários médios de R$ 4 mil, enquanto a média salarial dos professores estaduais, em jornada de 24 horas semanais de trabalho, gira em torno de R$ 1 mil. Por isso, lutamos pela reposição de nossas perdas salariais e para que nossos salários sejam equivalentes às carreiras profissionais de formação equivalente.

  Frente às dificuldades que encontram para o exercício da profissão e à desvalorização de que são vítimas por parte do governo, os professores hoje estão adoecendo cada vez mais. Dados de diferentes pesquisas, inclusive as que a APEOESP realiza, demonstram isto. Pelo menos 20% dos professores sofrem de depressão. Problemas de voz, rinite, tendinites e outras doenças relacionadas ao exercício profissional ocasionam pelo menos 82 licenças diárias na rede estadual de ensino, segundo dados publicados em 2010 pelo jornal Folha de S. Paulo, com base em dados oficiais.

  O professor é o elemento central do processo ensino-aprendizagem. Por isto, o trabalho de um professor valorizado, que tenha condições de trabalho, jornada adequada, salários dignos, formação e carreira atraente terá repercussões positivas na qualidade do ensino. Para tanto, é essencial que os sistemas de ensino cumpram a lei 11.738/2008 que instituiu o piso salarial profissional nacional e determinou que no mínimo 1/3 da jornada de trabalho seja dedicado às chamadas atividades extraclasse (preparação de aulas, elaboração e correção de provas e trabalhos, formação continuada no local de trabalho e outras).

  Hoje o professor da escola pública prossegue seu trabalho por opção, pois ele tem poucos incentivos para isto. Nossa carreira não atrai os jovens estudantes. O número de matrículas em cursos de licenciaturas vem se reduzindo ano a ano, o que é lamentável, porque pela mão do professor passam todos os demais profissionais do nosso país.

  Mas, afinal, o que nos coloca de pé, em defesa da dignidade da nossa profissão, é a consciência que temos do profundo significado da nossa profissão. Trabalhamos muito, mas também nos manifestamos muito. Quem pagou para ver, viu. Não recuamos da luta em busca de respostas para todas as mazelas que atingem o professor e a escola pública.

 

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Vice-Presidenta da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação
Membro do Fórum Nacional de Educação

Topo

APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - Praça da República, 282 - CEP: 01045-000 - São Paulo SP - Fone: (11) 3350-6000
© Copyright APEOESP 2002/2011