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Qui, 17 de Novembro 2011 - 16:55

Aspectos da violência escolar

A nova direção de uma escola de ensino fundamental e médio, na periferia da Zona Leste de São Paulo, tinha como desafio impedir que a violência da região continuasse tomando conta do local. A presença de traficantes entre os alunos, a invasão de consumidores de drogas e as ameaças e agressões verbais aos professores contribuíram para que, em um ano, seis diretoras saíssem da escola.

Por: Caren Ruotti - Núcleo de Estudos em Violência da USP

Aspectos da violência escolar

A nova direção de uma escola de ensino fundamental e médio, na periferia da Zona Leste de São Paulo, tinha como desafio impedir que a violência da região continuasse tomando conta do local. A presença de traficantes entre os alunos, a invasão de consumidores de drogas e as ameaças e agressões verbais aos professores contribuíram para que, em um ano, seis diretoras saíssem da escola.

Este foi o cenário analisado por Caren Ruotti para a elaboração de sua dissertação de mestrado em Sociologia, apresentada em fevereiro de 2007 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP: Os sentidos da violência escolar: uma perspectiva dos sujeitos. Durante um ano, entre 2004 e 2005, Caren acompanhou a rotina da escola, entrevistou membros escolares e observou as decisões tomadas pela nova diretora no sentido de coibir a violência no ambiente escolar.

A pesquisadora encontrou esta escola ainda durante sua iniciação científica: "Eu e uma colega identificamos várias escolas com problemas de violência, mas essa violência se manifestava de diferentes formas. Algumas escolas, mesmo na periferia, conseguiam lidar com esse problema melhor que outras". Este local foi escolhido para a pesquisa do mestrado tanto por mostrar-se violento, quanto por ser estigmatizado por isso.

De acordo com a pesquisadora, os professores reclamavam muito da impossibilidade de dar aula com este poder paralelo e havia o medo de se indispor com algum aluno porque não se sabia se ele tinha envolvimento com o tráfico. "Faziam telefonemas com ameaças às diretoras anteriores", conta.

Contudo, Caren lembra que as medidas tomadas pela direção não acabaram com a violência no ambiente escolar. A ameaça do tráfico foi controlada, mas a instituição acabou provocando outras espécies de violência . "Na tentativa de acabar com a violência, a própria escola acaba reprimindo os estudantes". Ela afirma que muitas pessoas entendem a repressão e a exclusão como as únicas formas de combater a violência, não realizando nenhum trabalho que se dedique à melhoria das relações entre professores, alunos e pais.

A pesquisadora acredita que a nova diretora ocupou um lugar que era necessário no ambiente da escola, permanecendo no cargo e organizando o trabalho da instituição. Caren também defende a importância do papel dos pais na educação.

O trabalho de 113 páginas, orientado pelo Professor Sérgio Adorno, foi concluído em fevereiro de 2007. A autora trabalha no Núcleo de Estudos em Violência da USP. Contato: cauruotti@usp.br

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