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Qui, 17 de Novembro 2011 - 17:04

Dia-a-dia dos professores readaptados é tema de mestrado

O processo de readaptação dos professores da rede de ensino paulista é o tema do mestrado da professora Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol. A pesquisa ?Identidade e trabalho docente: A situação do professor readaptado em escolas públicas do Estado de São Paulo? foi desenvolvida, entre os anos de 2006 e 2008, para o Mestrado em Semiótica e Tecnologias de Informação e Educação, apresentado na Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes.

Por: Professora Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol

Dia-a-dia dos professores readaptados é tema de mestrado

O processo de readaptação dos professores da rede de ensino paulista é o tema do mestrado da professora Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol. A pesquisa “Identidade e trabalho docente: A situação do professor readaptado em escolas públicas do Estado de São Paulo” foi desenvolvida, entre os anos de 2006 e 2008, para o Mestrado em Semiótica e Tecnologias de Informação e Educação, apresentado na Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes.

Há poucos estudos e registros com informações sobre a realidade destes profissionais da educação. “A escolha deste tema surgiu a partir da minha história como professora da rede estadual de ensino de São Paulo desde 1989. Necessitei afastar-me da sala de aula em 2003, por causa de problemas nas cordas vocais. Entrei então no processo de readaptação funcional e, diante da oportunidade de realizar o mestrado, optei pela pesquisa do tema. Atualmente, minha atuação na escola é de apoio pedagógico, tenho um trabalho integrado junto à equipe escolar, alunos e comunidade”, conta a professora.

Como pesquisadora, Maria de Lourdes ouviu professores readaptados, suas dúvidas, angústias, frustrações e reclamações sobre as atuais condições dos que estão no processo que, muitas vezes, gera desrespeito e desvalorização profissional, sofrimento, exclusão, restrição de atividades e mudança de função ou de local de trabalho, situações que impedem o profissional de desenvolver sua identidade.

O objetivo central da pesquisa foi identificar o perfil desses professores nos ambientes escolares, através de informações reunidas nas Secretarias de Educação e Saúde, nos órgãos responsáveis pela tramitação do processo de readaptação e projetos de prevenção para a saúde dos servidores públicos estaduais. O referencial teórico do trabalho abrange autores que estudam o desenvolvimento da sociedade, da cultura e da identidade profissional, em especial os acadêmicos da Teoria Crítica da Sociedade.

Participaram da pesquisa 254 professores readaptados, identificados nas 78 escolas que pertencem à Diretoria de Ensino da Região de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Com uma abordagem quantitativa e qualitativa, a autora identificou o total de readaptados na região, as doenças e outras causas que motivaram o processo de readaptação, assim como as atividades que os profissionais assumiram no seu retorno à escola.

A metodologia de história de vida temática de duas jovens professoras (uma com 34 anos e outra com 35) já readaptadas há mais de 5 anos possibilitou ‘dar voz’ e sentido à realidade que esses professores vivenciam em sua trajetória e revelar aspectos da identidade docente no processo da readaptação.

Para a autora, as informações e os dados recolhidos através dos questionários e dos depoimentos das colaboradoras revelam que a readaptação promove uma suspensão da identidade docente desses profissionais, que ficam expostos a preconceitos arraigados na cultura escolar. A professora conclui, em seu mestrado, que, da forma como tem sido realizado, o processo não promove uma efetiva readaptação e ainda gera novos fatores de sofrimento, angústia e exclusão.

O mestrado traz algumas dicas para a superação das contradições identificadas no processo, como por exemplo, a necessidade de maior integração e proporção nas ações entre as secretarias envolvidas na readaptação do professor, e o aumento de investimento de políticas públicas e de gestão de pessoas, na forma de programas de prevenção de doenças funcionais no setor público estadual.

A pesquisadora também destaca a necessidade de realização de mais estudos sobre a vida dos readaptados; principalmente a análise de casos de alguns professores que estão com a saúde mental e emocional abalada e que, por isso, necessitam de outros tipos de encaminhamento. Maria de Lourdes lembra ainda da urgência de uma proposta de reabilitação para auxiliar o retorno do professor à sala de aula sempre que possível e também uma ação pedagógica para o professor que precise continuar readaptado, com a definição das condições para cada processo de readaptação e das atribuições de quem está no apoio à prática pedagógica. Enfim, uma ação integrada e multidisciplinar das Secretarias da Saúde e da Educação.

A íntegra da dissertação “Identidade e trabalho docente: A situação do professor readaptado em escolas públicas do Estado de São Paulo” deve ser publicada nos próximos meses na biblioteca virtual da Universidade de Mogi. Para ter acesso ao trabalho, entre em contato com a autora através do e-mail: maria.pezzuol@gmail.com

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