Ter, 15 de Junho 2021 - 17:09
Por: Ana Maria Lopes
O impacto da pandemia sobre a saúde física e emocional dos educadores da rede pública têm mobilizado pesquisadores em todo País. Os professores Márcio Pessoa e Manoel Moreira de Sousa Neto lecionam na rede básica do Ceará e também são sociólogos da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, onde realizaram uma pesquisa que comprova: os docentes da rede estadual cearense enxergam a pandemia com altíssima gravidade; 9,7 em uma escala de 0 a 10.
A preocupação explica-se por outros dados, levantados pelos pesquisadores: 99% conhecem alguém que faleceu devido à Covid e 29% dos professores revelam ser portadores de doenças que podem agravar o seu estado de saúde, em caso de infecção pelo coronavírus.
Os problemas relatados pelos professores coincidem com pesquisas sobre a saúde dos dos docentes, realizadas pela APEOESP, A maioria extrapola sua carga horária de trabalho extraclasse e os que têm vínculo temporário são as que mais tiveram sua saúde afetada durante a pandemia.
"A saúde mental é a maior queixa dos docentes, neste momento. Problemas de visão passaram a ser relatados em grande quantidade, o que tem relação com o uso exacerbado de telas", revela o pesquisador Márcio Pessoa.
A pandemia trouxe ainda outras preocupações e problemas. Quem trabalha com Educação teve que fazer mudanças em sua residência, para garantir as aulas remotas; desde adquirir pacote de internet e computador, até fazer reformas para se adaptar ao novo formato.
Por outro lado, a pesquisa realizada no Ceará aponta que quase 100% dos docentes abordaram a pandemia e as formas de prevenção à Covid em suas aulas, indicando a importância desses profissionais para a disseminação de boas práticas sanitárias.
Os pesquisadores ouviram 281 professores entre abril e maio de 2021, portanto há mais de um ano lecionando sob os impactos da pandemia.
O resultado completo da pesquisa foi apresentado em uma live, disponível no Canal do Professor Márcio Pessoa no YouTube.