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Qua, 25 de Setembro 2013 - 13:54

Mestrado e livro de professora de Língua Portuguesa analisam o uso da linguagem informal nas redações

Por: Ana Maria Lopes

O mestrado em Semiótica e Linguística que a professora de Língua Portuguesa Karin Foldes apresentou à USP em 2009 acaba de ser editado em livro. "Um estudo da manifestação da oralidade em produções escritas de alunos" analisa redações de alunos de uma turma de sexta, outra de sétima e uma de oitava série do Ciclo II do Ensino Fundamental e de uma primeira série do Ensino Médio de uma escola estadual de Campinas.

A pesquisadora estudou 40 redações, sendo 10 por série, com o objetivo de mostrar como se manifesta a oralidade nos textos dos estudantes. "Fundamentamo-nos principalmente nos estudos que tratam da variação linguística e de sua relação com o ensino de língua portuguesa", explica Karin Foldes.

Alguns traços encontrados nas redações foram expressões da oralidade, gírias, ritmo oral no desvio da pontuação e desvios de ortografia, além de algumas abreviações. De acordo com a pesquisadora, que leciona em Campinas, o estilo coloquial da escrita está relacionado principalmente a não compreensão do mecanismo da variação lingüística, por parte dos alunos.

"É preciso uma mudança no modo de ver o 'certo' e o 'errado' na língua, e tentar corrigir o 'erro do aluno'. É importante que os alunos saibam que a língua é social e, por isso, existe o coloquial e o culto. É preciso saber os dois modos para as diferentes situações na vida”, acredita Karin Foldes.

A professora ilustra que a língua oral é, basicamente, diferente da escrita por ser mais dinâmica. Mas, os resultados da pesquisa para o mestrado mostraram que a maioria dos alunos utiliza sua linguagem oral e coloquial cotidiana em textos escolares de opinião. Quanto maior a idade e a série, menor era o uso da oralidade e da língua na forma coloquial na estrutura do texto.

"O resultado, talvez, signifique que o ensino da Língua Portuguesa ainda está voltado mais para a gramática e menos para a oralidade e para o cotidiano do aluno. Por outro lado, o material didático produzido hoje já está começando a trazer aspectos sociolinguísticos da Língua como as diferenças entre formal e coloquial, fala e escrita e dialetos", conclui.

Apesar do dinamismo da linguagem, Karin Foldes acredita que o ensino tradicional ainda está enraizado, pois, muitos professores ensinam a língua, fazendo os alunos decorarem os verbos, por exemplo, mas não mostrando como isso é aplicado ao cotidiano e sem explicar a diferença entre as formas culta e coloquial.

O livro baseado na dissertação de mestrado, "Oralidade e redação - Por que acontece? Como evitar?" está à venda na Livraria Cultura.

SERVIÇO: "Um estudo da manifestação da oralidade em produções escritas de alunos", de Karin Elisabeth Földes de Araujo, está na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP: www.teses.usp.br. Contatos com a pesquisadora: karinfoldes@usp.br

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