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Sex, 18 de Novembro 2011 - 12:59

O professor e a educação: entre o prazer, o sofrimento e o adoecimento

A psicóloga Flávia Gonçalves da Silva dedicou sua dissertação de doutorado de 419 páginas a todos os professores que, apesar das diversidades, ainda continuam no Magistério. O trabalho desenvolvido na disciplina de Psicologia da Educação da PUC de São Paulo em 2007 tem como tema "O professor e a educação: entre o prazer, o sofrimento e o adoecimento".

Por: Dra. Flávia Gonçalves da Silva - Psicóloga

O professor e a educação: entre o prazer, o sofrimento e o adoecimento

A psicóloga Flávia Gonçalves da Silva dedicou sua dissertação de doutorado de 419 páginas a todos os professores que, apesar das diversidades, ainda continuam no Magistério. O trabalho desenvolvido na disciplina de Psicologia da Educação da PUC de São Paulo em 2007 tem como tema "O professor e a educação: entre o prazer, o sofrimento e o adoecimento".

A partir da história de duas professoras, chamadas de Joana e Laura, a psicóloga retratou o cotidiano da categoria e abordou o distanciamento entre o trabalho ideal - no qual o professor sente-se admirado e tem a sensação de dever cumprido - e o real, que leva à frustração e ao stress, desencadeadores de depressão e outros distúrbios de comportamento.

O estudo da atividade profissional, especificamente a sua estrutura, as condições encontradas pelos docentes para executá-la, a relação desta com o desenvolvimento psicológico dos professores e os tipos e mecanismos de alienação da função nortearam a pesquisa, orientada pelos fundamentados teórico-metodológicos do marxismo e da psicologia sócio histórica.

A investigação revelou que as condições inadequadas e alienadoras encontradas pelos professores para executar sua atividade são as principais causas dos quadros de adoecimento, especialmente relacionados a emoções e sentimentos, como stress, labirintite e depressão, que podem levar a outras doenças, como nos casos relatados.

As professoras Joana e Laura enfrentaram o agravamento de doenças pré-existentes (enxaqueca e problemas respiratórios) e também o aparecimento de uma doença tipicamente ocupacional, a LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Para a psicóloga, "o tipo de relação que essas profissionais tinham com a realidade, mediada pela alienação, irradiou por várias esferas da vida. Isso porque a atividade ocupacional era para elas, a principal forma de se relacionarem com a realidade.".

As duas professoras foram 'selecionadas' para a pesquisa em escolas da capital paulista que tinham em seus quadros, no mínimo, seis professores com pedido de afastamento em um período de 12 meses. Os docentes das escolas onde as duas lecionavam responderam a pesquisa "Como vivem e o que pensam os professores sobre sua atividade profissional", cuja íntegra foi anexada ao doutorado de Flávia Gonçalves.

Joana e Laura lecionavam para os quintos e sextos anos do Ensino Fundamental II e tinham em comum uma rotina de aproximadamente 12 horas diárias de atividade profissional, em contato direto com aproximadamente 320 alunos.

A conclusão é quase óbvia: o desenvolvimento da atividade docente em determinadas condições históricas e materiais está profundamente relacionado ao processo de sofrimento psíquico e ao adoecimento dos servidores da Educação que são os que mais necessitam de licenças médicas, assim como os profissionais da Saúde. Segundo Flávia Gonçalves, a consequência mais imediata da situação dos professores é que "a escola pública brasileira não vem conseguindo ensinar os alunos 'aprender a aprender', como pregam documentos da Unesco e outros órgãos internacionais, já que há alto contingente de pessoas semialfabetizadas.".

A dissertação de doutorado "O professor e a educação: entre o prazer, o sofrimento e o adoecimento", de Flávia Gonçalves da Silva, está publicada na íntegra na Biblioteca Virtual da PUC de São Paulo:

http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4735

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