APEOESP - Logotipo
Sindicato dos Professores

FILIADO À CNTE E CUT

Banner de acesso ao Diário Oficial

Teses e Dissertação

Voltar

Qui, 17 de Novembro 2011 - 17:50

Professor transforma mestrado sobre músicos escravos em livro

Professor e músico, Antônio Carlos dos Santos transformou sua pesquisa acadêmica no livro. ?Os músicos negros: escravos da Real Fazenda de Santa Cruz no Rio de Janeiro?, da Editora Annablume, começou a ser escrito no final dos anos 80, quando o então professor da rede pública realizava o seu trabalho de iniciação científica como bolsista da Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Por: Professor e músico: Antônio Carlos dos Santos

Professor transforma mestrado sobre músicos escravos em livro

Professor e músico, Antônio Carlos dos Santos transformou sua pesquisa acadêmica no livro. “Os músicos negros: escravos da Real Fazenda de Santa Cruz no Rio de Janeiro”, da Editora Annablume, começou a ser escrito no final dos anos 80, quando o então professor da rede pública realizava o seu trabalho de iniciação científica como bolsista da Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

A leitura de trabalhos de Bruno Kiffer, um estudioso da música brasileira que abordava a ausência de pesquisa sobre a erudição e a musicalidade dos negros, despertou a atenção do professor para esta lacuna histórica. Antônio Carlos levantou documentação nos arquivos da cidade do Rio de Janeiro sobre o tema e focou sua análise na participação de escravos negros como músicos em uma fazenda, localizada no Rio, a partir da chegada da família Real Portuguesa ao Brasil.

A dissertação de mestrado apresentada no Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista, a UNESP de Assis, revela a erudição dos menos favorecidos na corte de Dom João VI. “Eu descobri que a história da presença dos negros dentro da música e cultura do País foi construída com muitas lacunas”, explica o professor de Educação Musical, que estende sua avaliação à produção cultural de outras classes historicamente marginalizadas, como as mulheres.

Antônio Carlos revela que o ‘embranquecimento’ da atividade artística no período colonial eram literais, já que nos espetáculos teatrais e concertos de ópera, os cantores negros utilizavam maquiagem branca em todo o corpo. Na apresentação do livro, o professor da Unesp Alexandre Mate, reforça a tese de Antonio Carlos dos Santos ao avaliar que, “se existe alguma documentação acerca da produção cultural erudita no Brasil, o mesmo não pode ser dito no que concerne à produção popular ou aquela produzida por sujeitos que se encontram, histórica e socialmente, à margem dos grupos hegemônicos. Se a abstrata e sempre tendenciosa qualidade artística das obras, cujo estofo e escopo fundamenta-se nos cânones clássicos, nada, a não ser os preconceitos raciais e classistas, justificariam a exclusão dos músicos e cantores negros da história da música erudita brasileira.”.

O professor apresenta, no livro e no mestrado, os motivos econômicos na formação de escravos e ex-escravos no aprendizado da música erudita. O pesquisador destaca principalmente o fato de tanto os observadores estrangeiros quanto os brasileiros considerados “bem nascidos” conceberem os negros de modo ‘perversamente ideológico’.

O livro de Antonio Carlos dos Santos é apresentado como uma das mais significativas pesquisas historiográficas sobre o trabalho artístico desenvolvido pelos negros músicos trazidos ao Brasil pela escravidão.

Contatos com autor através do e-mail antoniosantos.santos@bol.com.br

Topo

APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - Praça da República, 282 - CEP: 01045-000 - São Paulo SP - Fone: (11) 3350-6000
© Copyright APEOESP 2002/2011