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Qui, 17 de Novembro 2011 - 16:49

Professora Regina Dalcastagnè faz levantamento de personagens femininas na ficção brasileira

Um recenseamento literário inédito, que revela os estereótipos femininos da ficção brasileira, traçados, em sua maioria, por homens brancos. A pesquisa aborda tanto obras escritas por mulheres quanto aquelas produzidas por homens.

Por: Regina Dalcastagnè, professora de Literatura da Universidade de Brasília

Professora Regina Dalcastagnè faz levantamento de personagens femininas na ficção brasileira

A personagem do romance brasileiro contemporâneo, entre 1990 e 2004. Este é o tema da pesquisa de Regina Dalcastagnè, professora de Literatura da Universidade de Brasília. Apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a professora e um grupo de estudantes de graduação e pós-graduação em Letras criaram um banco de dados de 258 romances publicados no período de 14 anos pelas três maiores editoras do País nas últimas décadas: Companhia das Letras, Rocco e Record.

Trata-se de um recenseamento literário inédito, que revela os estereótipos femininos da ficção brasileira, traçados, em sua maioria, por homens brancos. A pesquisa aborda tanto obras escritas por mulheres quanto aquelas produzidas por homens. Mas, assim como neste início do século XXI, os homens ainda são maioria entre os autores publicados, a ocupação mais freqüente da mulher contemporânea nos livros de ficção ainda é como dona-de-casa. Outros dados chamam a atenção: na maioria dos romances escritos por homens, a mulher brasileira é descrita como sendo loira e relativamente magra. Já entre as poucas autoras femininas, a característica mais freqüente atribuída às mulheres é a inteligência.

A representação feminina na ficção nacional é comparada, na pesquisa da professora da UNB, às literaturas hispano-americanas. Regina Dalcastgné tem outros trabalhos dedicados à visibilidade de grupos discriminados, isto é, com menor acesso aos espaços de decisão e de produção simbólica, na representação na narrativa literária. Neste levantamento das personagens femininas contemporâneas, a questão de gênero sobrepõe-se a outras categorias. Desta forma, avalia-se a mulher negra, a imigrante, a mulher idosa, a louca, a mãe, a profissional, analisando de que forma a narrativa contemporânea situa os papéis de gênero nos espaços público e privado.

O banco de dados com os resultados da pesquisa ainda não está finalizado. A construção do feminino no romance brasileiro contemporâneo deve ainda ser tema de um livro.

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