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Qua, 29 de Julho 2015 - 15:46

Psicóloga propõe, em doutorado, educação para a carreira no cotidiano da escola pública

Por: Ana Maria Lopes - APEOESP - 29/07/2015

Durante o ano letivo de 2013, a psicóloga Nayara de Paula Faleiros lecionou uma vez por semana para uma turma de Ensino Médio de uma escola técnica de São Paulo. Ela assumiu uma disciplina de orientação profissional para testar a viabilidade da inserção deste conteúdo no currículo.

O trabalho faz parte da tese de doutorado “Educação para a carreira no cotidiano da escola pública: proposta de modelo interventivo para a grade curricular”, apresentada por Nayara Faleiros no Instituto de Psicologia da USP em dezembro de 2014.

A pesquisa foi desenvolvida com uma classe de cerca de 30 alunos do primeiro ano do ensino médio técnico integrado em administração. A psicóloga elaborou um diário de campo com as descobertas e aplicou um Questionário de Educação para a Carreira (QEC).

Composto por 96 itens que abordam os programas de educação para a carreira, o questionário revela a falta que os estudantes sentem de conhecimentos sobre vestibulares e profissões. "O objetivo da pesquisa é oferecer uma alternativa para tirar a prática de educação para carreira da posição marginal que ela se encontra no contexto escolar atualmente", explica a psicóloga.

A tese apresenta um histórico da disciplina dentro do currículo escolar. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) permite que os currículos do ensino básico contem com uma parte comum e uma parte diversificada, o que possibilitaria sua adequação a características culturais e sociais da comunidade escolar, assim como a inserção de conteúdos não obrigatórios, como a Educação para a Carreira ou Educação Profissional proposta por Faleiros.

Durante a década de 70, surgiu no estado de São Paulo o Programa de Informação Profissional (PIP) que, assim como o movimento de Educação para a Carreira, se baseava na aplicação da orientação profissional no currículo escolar, na parceria entre a escola, o governo e a comunidade, apostando na escola como ambiente propício à formação para carreira.

"Uma das explicações para este programa não ter dado certo é o autoritarismo do governo da ditadura militar. Assim, o PIP acabou caindo no esquecimento e foi substituído por outras disciplinas", explica a pesquisadora.

Segundo Nayara Faleiros, até hoje a proposta de Educação para a Carreira permanece pouco praticada no Brasil, onde há um predomínio da abordagem clínica na orientação profissional, como por exemplo, a formação de grupos de jovens para a orientação vocacional, como é feito em clínicas particulares de psicologia.

"A escola pode, por iniciativa própria, oferecer espaço para a reflexão da carreira sem a necessidade de leis que a obriguem”, defende a pesquisadora, que acredita que a pesquisa desenvolvida no Instituto de Psicologia demonstra a viabilidade da proposta de educação para a carreira no cotidiano da escola pública.

Na conclusão da sua tese, a psicóloga defende que os orientadores profissionais tenham uma postura mais ativa junto à escola para que uma disciplina de educação para a carreira possa ser aproveitada como parte diversificada do currículo escolar, como permite a atual LDBEN.

SERVIÇO: A íntegra da tese de doutorado "Educação para a carreira no cotidiano da escola pública: proposta de modelo interventivo para a grade curricular", de Nayara de Paula Faleiros, está na Biblioteca Digital da USP: www.teses.usp.br

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