Ter, 28 de Outubro 2014 - 22:31
Por: Rosângela Dias ([email protected])
A possível transformação da Escola Estadual Bonifácio de Carvalho, de São Caetano, em instituição de ensino integral tem gerado desconfiança em professores e alunos. Com dois mil estudantes nos ensinos Fundamental e Médio, a escola está em processo de adesão ao Programa de Ensino Integral, da secretaria estadual de Educação, que prevê jornada escolar de até nove horas e meia.
A implementação do novo modelo depende da adesão do conselho da escola. Alunos e professores reclamam da falta de discussão. “O assunto começou no ano passado, mas não há transparência nem debate sobre o assunto”, afirmou Vera Lucia Zirnberger, diretora estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e professora da Bonifácio.
A educadora ressaltou que o sindicato entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas a direção da escola conseguiu liminar que permite a continuação do processo de mudança.
Além do risco de transferência de parte dos professores, a transformação pode prejudicar estudantes que trabalham em meio período. “Os professores não sabem para onde vão, os alunos não sabem se vão continuar na escola. Não somos contra o ensino integral, desde que seja para capacitar os estudantes, e não uma prisão onde se fica por horas”, argumentou Vera.
A assessoria de imprensa da secretaria estadual de Educação informou que a escola está em processo de adesão, que envolve consulta a estudantes e professores, e que ainda não há definição sobre o assunto.
Essa não é a primeira vez que o programa estadual de ensino em tempo integral causa polêmica na Região. Em maio deste ano, alunos, pais e professores da E.E. Dr. Celso Gama, de Santo André, protestaram contra a possível mudança na escola. O foco da reclamação também foi a falta de transparência no processo.