Qui, 17 de Novembro 2016 - 18:27
Estudantes da E. E. Diadema ocupam escola contra PEC 55
Escola é a primeira da Região a ser ocupada este ano contra medidas na educação
Por: Portal ABCD Maior - Diego Brito ([email protected])
Alunos da Escola Estadual Diadema, antiga Cefam, no Centro, ocuparam a escola contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55 (antiga 241) e a reforma do Ensino Médio na noite desta quarta-feira (09/11). A ação foi realizada exatamente um ano após a primeira ocupação, na época contra a reorganização escolar imposta pelo governo do Estado. Este ano, a escola é novamente a primeira a ser ocupada na Região contra as medidas na educação.
Apesar da ocupação, as aulas acontecem normalmente nos três períodos. O objetivo da ação dos estudantes é justamente informar os alunos sobre os malefícios que essas medidas podem trazer. “Muitos alunos não sabem do que se trata o congelamento nos gastos públicos e a reforma nas escolas. A gente vai procurar informar, porque todos precisam saber o que está acontecendo”, explicou uma das alunas e representante do grêmio estudantil da escola, Rafaela Boani, 17 anos.
A PEC tem como objetivo congelar os gastos públicos federais por até 20 anos, incluindo saúde e educação. A proposta foi aprovada no segundo turno pela Câmara dos Deputados, na noite do dia 26 de outubro, com 359 votos a favor, 116 contrários e duas abstenções. O texto da emenda passou para o Senado e se transformou em PEC 55. Para ser aprovado, o projeto precisa de maioria simples em duas votações, que ainda não têm datas definidas.
“O estado das nossas escolas e da nossa saúde já é precário. Se com o investimento atual já está desse jeito, imagina se congelar os gastos por 20 anos? As escolas e hospitais vão ficar cada vez pior”, argumentou a estudante.
REFORMA NO ENSINO MÉDIO
Já a reforma do Ensino Médio foi apresentada através de MP (Medida Provisória) pelo atual presidente, Michel Temer (PMDB). Entre as medidas adotadas pela reforma está a retirada da obrigatoriedade das disciplinas Artes, Educação Física, Sociologia e Filosofia. Além disso, a proposta visa aumentar a carga horária mínima de 800 para 1.400 horas anuais.
Para Rafaela, aumentar a carga horário dessa forma prejudica o aluno que necessita trabalhar para ajudar em casa. “Eu mesma trabalho e ajudo em casa financeiramente. A reforma não foi discutida e vai prejudicar os alunos. Eu luto pela minha escola e não é só por mim, eu luto por todos os estudantes, mesmo com a direção da escola sendo contra a gente. Nós só estamos aqui hoje porque a ocupação barrou o fechamento do Ensino Médio da escola”, relatou.
A primeira conversa com alunos do período da manhã, para informar sobre as medidas na educação, está programada para às 10h40 desta quinta. Os alunos devem repetir o processo nos três períodos.