Qui, 25 de Setembro 2025 - 16:05
Representação da mulher negra na Literatura do século XIX é tema de análise do Professor Marcos Ramponi
Por: Ana Maria Lopes
Professor da rede estadual, Marcos Ramponi dos Santos é especialista nos clássicos da Literatura brasileira. Ele acaba de publicar na Revista Monumenta um artigo de dez páginas sobre "O Cortiço", com foco na personagem negra Bertoleza.
O romance naturalista de Aluísio de Azevedo, publicado em 1890, retrata a exploração e as péssimas condições de vida dos moradores de estalagens e cortiços cariocas, no final do século XIX. Entre estes moradores, Bertoleza, uma mulher negra, escravizada e em relacionamento, que hoje seria classificado como abusivo, com João Romão, seu novo proprietário.
O artigo "Bertoleza, a mulher escrava máquina" aborda escravidão e também temas muitos contemporâneos retratados no romance de Aluísio de Azevedo, como a ganância, a exploração do outro, a desigualdade social, a injustiça, o acúmulo de bens e o suicídio.
Representação da mulher negra na Literatura da época, "Bertoleza nunca experimentou de fato a liberdade; de escrava consciente começou a viver como escrava de um homem branco, imigrante de Portugal, raça que considerava superior", escreve o professor.
Marcos Ramponi é autor de outros artigos sobre clássicos, como "De oprimido a opressor - a trajetória de Prudêncio, personagem de Memórias Póstumas de Brás" e "O alienista - entre a razão e a loucura de Simão Bacamarte", este último também publicado na Monumenta, que é uma revista científica multidisciplinar.
A publicação semestral divulga pesquisas de alta qualidade, realizadas por professores, acadêmicos e estudantes de pós-graduação vinculados a instituições educacionais de todos os níveis, incluindo educação básica, técnica, profissionalizante e superior.
Leia o artigo "Bertoleza, a mulher escrava máquina", de Marcos Ramponi dos Santos no site